Sorocaba:11% dos servidores são afastados por dengue

Dos 9,7 mil funcionários municipais, 1.099 já contraíram a doença desde o início deste ano
Sabrina Souza 
sabrina.souza@jcruzeiro.com.br
 

A epidemia da dengue, que já acometeu mais de 42 mil pessoas em Sorocaba neste ano, tem afetado a rotina dos serviços públicos no Município. Na Prefeitura de Sorocaba, desde o início deste ano, um total de 1.099 servidores foram afastados por conta da doença. Esse número representa 11,3% do atual quadro do funcionalismo municipal, que soma cerca de 9.700 servidores. De acordo com o último levantamento da administração municipal, até semana passada 42 funcionários estavam afastados por esse motivo. 

A Secretaria de Educação (Sedu) é a pasta com maior registro de pessoal diagnosticado com dengue, com um total de 559 trabalhadores, incluindo professores, assistentes e funcionários que atuam nas unidades de ensino. A Secretaria da Saúde (SES) é segunda pasta com maior desfalque de pessoal em função da doença, com 337 servidores afastados desde o início do ano. De acordo com a Secretaria da Administração (Sead), os outros 203 funcionários estão distribuídos nas demais secretarias. 

Conforme a Sead, as faltas decorrentes de licença médica por dengue são contornadas por meio de remanejamento interno de servidores dentro das respectivas pastas, de forma a minimizar o comprometimento das atividades. 

Não foi disponibilizado pela Prefeitura um levantamento de funcionários públicos afastados pela doença por setor ou divisão. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba (SSPMS), Salatiel Hergesel, não há registro de baixas muito grandes em uma única equipe. "Nós sabemos que há afastamentos, mas por enquanto não houve nenhuma escola ou outro tipo de unidade que precisou ser fechada por não ter funcionários suficientes", afirma. Ele acredita, ainda, que a situação de epidemia tem causado uma maior compreensão entre os trabalhadores que acabam sendo sobrecarregados por conta do afastamento de um colega de trabalho. "Há também a questão do pagamento de horas extras, que para muitos é bem-vindo", destaca. 

Policiamento

A dengue também desfalcou as equipes responsáveis pelo patrulhamento do Município. Segundo levantamento da Polícia Militar (PM), 116 casos da doença foram registrados na corporação desde o início do ano e até o final da semana passada nove PMs estavam afastados, com atestado médico, por dengue. A PM não divulga o total do efetivo disponível na cidade por questão de segurança. 

As secretarias estaduais não divulgaram os dados referentes às suas respectivas equipes locais afastadas de suas funções devido a atestados médicos por dengue. Os Correios também não informaram levantamento sobre afastamentos em função da doença. 

Setor privado

Além dos serviços públicos, o avanço da doença também atingido o setor privado. Conforme levantamento divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, até o fim de março, na Johnson Controls foram 47 casos de afastamento de funcionários por dengue de um quadro de 1.300 trabalhadores, mas a empresa informou que conseguiu se adaptar para garantir a normalização da produção. 

No mesmo período, a empresa Plast Park, do ramo de plástico e papelão, registrou oito casos confirmados de dengue, num universo de 140 funcionários divididos em três turnos. Para evitar um proliferação ainda maior, na unidade são divulgados em cartazes ações de combate à dengue, a fim de que os trabalhadores levem as dicas também para suas casas. Já a Metalac registrou, também até março, 23 afastamentos de funcionários por causa da dengue, dentre 290 trabalhadores. 

Representantes da Associação Comercial de Sorocaba (Acso) e a Associação do Centro Expandido de Sorocaba (Aceeso) não foram encontradas para informar os números do setor.

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