'A janela do quarto foi parar na cama', conta moradora

Pelo menos duas pessoas ficaram feridas após uma explosão destruir parte de um prédio em São Conrado, bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro
RIO - O estrondo e o tremor provocados pela explosão despertaram os moradores do Edifício Canoas. Com a roupa que vestiam durante o sono, em desespero, desceram as escadas o mais rápido que puderam. O medo era que o prédio viesse abaixo. A explosão, que aconteceu na madrugada desta segunda-feira, deixou quatro pessoas feridas.
A arquiteta Elizabeth Rego Monteiro, de 60 anos, acordou com a barulheira causada pelo estouro e pelos destroços que desabavam nas áreas internas e externas do edifício. “A janela do meu quarto foi parar em cima da minha cama”, contou. Moradora do apartamento 1.301, ela apanhou a bolsa com documentos e o cachorro, antes de descer. “Achei que o posto de gasolina (atrás do prédio) tinha explodido.”
Os moradores desceram de pijamas ou roupões, como Renata Mesquita, de 38 anos, moradora do 7.º andar. Inicialmente, ela pensou que a explosão havia acontecido nas obras da linha 4 do metrô, a aproximadamente 500 metros do edifício. 
“Acordamos com o barulho e, quando olhamos na janela, vimos os escombros. Só vesti o roupão por cima da camisola e descemos correndo pelas escadas. Foi muito pânico e terror.” Na correria, Renata, o marido e a filha de 13 anos esqueceram Tom e Nina, os gatos presos na cozinha. Os animais foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros. “Graças a Deus estamos todos bem e nosso apartamento não foi danificado, mas o sentimento que fica é de muito medo e impotência.”
Dificuldade. A professora Rosinete Rocha Dias, de 49 anos, moradora do 6.º andar, sofre de trombose na perna e precisou ser amparada pelos filhos de 24 e 18 anos para descer as escadas. “Todo mundo estava muito nervoso. A gente não sabia direito o que era. As pessoas desceram em ordem, mas desesperadas. Tinha gente chorando e muitas crianças de colo.” Ao chegar à portaria, ela se deparou com mais um obstáculo. “Tinha muito vidro quebrado e não estávamos conseguindo passar.” 
A veterinária Andreia Perry, de 55 anos, que mora no 16.º andar, acordou com o barulho, mas só soube o que estava acontecendo quando foi alertada por um vizinho. “Era como se fosse algo grande sendo derrubado. Aí, um vizinho bateu e disse que um apartamento tinha explodido. Quando abri a porta dos fundos, já pude sentir um cheiro de queimado, de explosão”, afirmou ela, que só pegou a bolsa e remédios. 
“Achei que fosse cair o prédio. Nossa cama saiu do lugar”, contou a médica Tatiana Barreto Lemos, de 32 anos. “Meus quadros da sala estavam no chão. Saí de camisola, só botei um jaleco por cima. Quando abri a porta, havia muito cheiro de fumaça e de gás.”

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