Dilma não errou, foi honesta


Por Leonardo Koury Martins, especial para os Jornalistas Livres
Fotos: Isis Medeiros
De acordo com os golpistas, em seus telefones grampeados, Dilma tinha que sair. É unanimidade entre Senadores, Deputados e donos de empreiteiras, que a presença da presidenta como chefe de estado não contribuía para o que eles entendem como política: Dilma não parou a operação lava-jato; Dilma não fechava acordo; Dilma não aceitava entrar em esquemas; Dilma não era de confiança dos políticos corruptos. Entre as falas, Dilma era honesta demais.
Dilma teve o impedimento do seu mandato porque moldou um governo buscando driblar chantagens dos parlamentares, deu autonomia investigativa à polícia federal e não utilizou do dinheiro público para benefício pessoal. O filósofo Platão dedicou suas últimas décadas a construir o conhecimento primário sobre a Política e as intenções dela aos republicanos. Aristóteles, seu discípulo, fez críticas à filosofia dele e dizia que ética e política não se relacionam. Partindo deste entendimento da filosofia grega e aos olhos dos golpistas, o impedimento de Dilma era não só correto, como necessário, pois ela era ética.
Uma vez que ela, enquanto chefe de estado, buscou a ética, quebrou um laço histórico de fazer política no Brasil, com jeitinhos e acertos internos contrários à vontade do povo. A saída da Dilma é o “status quo” de uma turma que tem o sobrenome corrupção: governam a sexta maior economia do mundo com práticas de privatizar bens públicos e destruir direitos conquistados com muito sacrifício por toda classe trabalhadora.
Que tenhamos mais Dilma, que possamos ter mulheres, sim, na política! E não somente homens brancos e ricos, como agora. Por mais honestidade e por princípios que não sejam individuais mas sim coletivos.

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