Temer almoça na terça com cúpula do PSDB e recebe agenda emergencial


Últimas versões do documento tucano já não falam em fim da reeleição

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O vice-presidente Michel Temer, acompanhado por assessores e seguranças - ANDRE COELHO / Agência O Globo / Arquivo 25-04-2016
BRASÍLIA - Na agenda emergencial que a Executiva nacional do PSDB entrega nesta terça-feira ao vice-presidente Michel Temer, como compromisso para o partido apoiar o eventual governo de união nacional, os dirigentes do partido incluíram, além das já conhecidas reformas da previdência e tributária, a manutenção e qualificação dos programas sociais e reforma política com redução de partidos para preparar o ambiente para adoção do parlamentarismo no futuro. Também citam a qualificação da gestão pública com a redução do aparelhamento do estado e mudança na forma de montagem dos governos de coalizão, tirando dos partidos o poder para impor indicações. O primeiro item é compromisso inarredável com continuidade de investigações da Operação Lava- Jato.
O vice-presidente Michel Temer receberá amanhã no Palácio do Jaburu a cúpula do PSDB para um almoço. Nesta reunião, ele receberá das mãos do presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, o documento com sugestões para um eventual governo do peemedebista.
Na semana passada,Temer fez uma visita a Aécio, num gesto de aproximação e de pedido para que a legenda integre seu eventual governo. Na conversa, Aécio disse que o PSDB não fugiria da responsabilidade e que seria importante Temer se comprometer com alguns pontos fundamentais de gestão.

— O relevante para que o PSDB apoie um governo de salvação do País, é o compromisso de Temer com a agenda que estamos preparando e prevê uma reforma do Estado para qualificar a gestão pública, com redução de ministérios, aprimoramento dos programas sociais. Apresentaremos um conjunto de propostas que é a síntese do que achamos necessário para tirar o Brasil dessa enorme crise. O essencial para nós é o apoio a essa agenda. O PSDB tem responsabilidade e não vai faltar ao país — explicou Aécio, ao falar do documento que está sendo fechado hoje.
Nas últimas versões do documento não consta, na parte da reforma política o fim da reeleição, outro tema negociado com Temer, que já tomou a iniciativa de dizer que não disputará a reeleição em 2018
Uma prévia do documento mencionava a adoção de mandatos independentes para o Banco Central, mas a pedido do senador José Serra (SP), cotado para assumir o Ministério das Relações Exteriores, mas com preocupações na área econômica, esse item foi retirado.
— O documento do PSDB é a base para o apoio do partido ao governo Temer. Não tem a pretensão de detalhar nada , sobre como fazer os enunciados que estamos fechando. Mas há no documento um trecho grande , da reforma política , que além das cláusulas de barreira para reduzir as quase quatro dezenas de partidos hoje existentes, discorre sobre a necessidade de mudança sobre a fórmula de funcionamento dos governos de coalizão. Não tem sentido aumentar o número de ministérios para abrigar todos os partidos que apoiam o governo. Um exemplo do que defendemos, foi a escolha de Serra por Temer. Serra não foi uma exigência do PSDB, foi uma escolha de Temer, mas o partido apoia — explica um dos integrantes da Executiva do PSDB que participou da discussão da plataforma que chegará amanhã a Temer.
Dentro do item da reforma política, embora há quase uma unanimidade sobre a mudança do regime de governo para o Parlamentarismo no futuro, o tucano diz que não há consenso sobre quando seria esse “futuro”: se 2018, 2022 ou 2026.
— O mais urgente é aprovarmos cláusulas de barreira para redução drástica do número de partidos para preparar o ambiente para o Parlamentarismo — diz o tucano.
LAVA-JATO
Sobre a Lava-jato, o documento com a defesa da continuidade das investigações encabeçando as propostas, é uma forma de o PSDB minimizar o impacto político de citações a tucanos como o presidente Aécio Neves (MG), que teve ontem pedido de abertura de inquérito por parte do procurador geral da República, Rodrigo Janot.
A ideia é não deixar dúvidas que o partido confia que , ao final das investigações, o inquérito será arquivado por improcedência das denúncias feitas em delação premiada do senador Delcídio Oliveira (Sem partido-MS), envolvendo o senador tucano em um suposto esquema de propinas em Furnas.


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