247 – Braço direito de Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha afirmou nesta terça-feira 27 que a comunicação do governo deve ser norteada pelo próprio presidente da República. A declaração foi dada em entrevista ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, dois dias depois de o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ter vazado sigilo da Operação Lava Jato ao anunciar a prisão de Antonio Palocci na véspera.
"O norte tem que ser apontado pelo presidente da República. Eu tenho feito isso e penso que o que todos os ministros gostariam de fazer é orientar sua fala", disse Padilha. Em seguida, o ministro comparou a palavra de Temer com a de um imperador. "O comunicador-mor do Governo tem que ser o presidente. Aí a população olha para o presidente e vê nele um pouco do que foi o imperador, a monarquia, alguém que tinha condições de definir o rumo da vida das pessoas", declarou.
Temer ficou profundamente irritado com as declarações de Moraes e recebeu conselhos de todo o Palácio do Planalto para demiti-lo. Os dois conversaram por telefone, e ainda devem ter uma conversa pessoalmente. Depois da polêmica, Temer vai convocar outros ministros que recentemente falaram demais, como o do Trabalho e o da Saúde, para tentar filtrar as falas dos integrantes do governo.
Sobre o episódio, Padilha atribuiu a um "erro humano" e tentou descolar a quebra de sigilo por Moraes de Michel Temer, concentrando a culpa apenas no ministro. "Gênero humano ainda não é perfeito. Por vezes há uma escorregada que não foi aquilo que o presidente disse e o ministro acaba criando, mas não traduz exatamente o que pensa o presidente", declarou.
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