PSOL ocupa vácuo do PT e pode chegar ao 2º turno em ao menos três capitais

Postado em 24 de setembro de 2016 às 10:17 pm

Na noite do último 26 de agosto, enquanto os principais candidatos a prefeitura do Rio de Janeiro debatiam nos estúdios da TV Bandeirantes, Marcelo Freixo lotava a Cinelândia, no centro da cidade, com cerca de 5.000 simpatizantes. Impedido de participar do encontro devido à lei eleitoral, o candidato do PSOL nestas eleições municipais montou então um telão para acompanhar o debate e rebater as afirmações de seus adversários. Dias depois, no dia 15, reuniu no Largo do Carioca ainda mais pessoas — principalmente jovens — ansiosas por mudanças na forma de fazer política e atraídas pela alternativa que o PSOL representa ao PMDB do atual prefeito, Eduardo Paes. Freixo — 49 anos, deputado estadual que presidiu a CPI das milícias no Rio, professor de história e militante dos direitos humanos desde a juventude — promete fazer um governo com mais diálogo e participação popular. Sua campanha conseguiu até agora arrecadar cerca de 550.000 reais em doações de pessoas físicas. São quase 5.500 doadores, um recorde nacional.
A mobilização em torno a candidatura de Freixo, no Rio, retrata uma tendência dos últimos anos que parece se confirmar nas eleições municipais de 2016. O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), cujas marcas são a defesa dos direitos humanos e o combate à corrupção, disputa hoje um espaço no eleitorado que tradicionalmente pertence ao PT (Partido dos Trabalhadores) e vai se confirmando como alternativa de esquerda para setores politizados da sociedade. “É natural e legítimo que, com o PT em crise, partidos como PSOL, Rede ou PDT tentem ocupar seu espaço. Mas o PT não caiu tanto quanto se esperava. Ele divide voto com o PSOL e em alguns lugares pode haver um segundo turno sem a esquerda, como em São Paulo e até mesmo no Rio”, opina Celso Rocha de Barros, sociólogo e colunista da Folha de S. Paulo.

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