Em 2010, Via Oeste investe R$ 114 milhões a menos que 2009, já o lucro chega a R$ 147 milhões.




Em 2010, a via oeste arrecadou com pedágio R$ 660 milhões, ou seja, R$ 120 milhões a mais que o ano anterior, o que significou um crescimento de 24,2%, para termos idéia do isto significa que foi  10% acima  do crescimento da inflação e da riqueza produzida pelo país.
O crescimento estupendo da arrecadação com pedágio, o maior de 2010, tem como um de seus pilares o aumento do tráfego de veículos de quase 70%, especialmente pela cobrança do pedágio na pista expressa da rodovia Castelo Branco, próximo ao quilometro 20. De 1998 a 2010,  a receita de pedágio acumulada é maior que R$ 4 bilhões de reais.
Em 2010, o lucro líquido, livre de todas as despesas, foi de R$ 147 milhões.De 1998 a 2010, o lucro desta empresa foi de R$ 734 milhões.  Para termos uma noção da rentabilidade alcançada dividimos o lucro líquido pelo patrimônio líquido e teremos uma noção do retorno do investimento feito. A empresas que tem 20% de lucro sobre o patrimônio já é excelente resultado, imagina que em 2009 este valor chegou a  quase 42% e em 2010, alcançou 32%.
A máquina de arrecadar da Viaoeste é ótima, mas para gastar são lentos, pois em 2009 a despesa com construção foi de R$ 211 milhões e no ano passado foi de apenas R$ 96 milhões, uma queda de 57%. Esta foi à maior queda dos investimentos das concessionárias que publicaram balanço.
Vira e mexe nos jornais de são Roque e da região aparece setores da população pressionando por melhorias na rodovias administrada pela via Oeste, e a insatisfação é grande. A demora para atender a população muita vezes é uma forma para aumentar os lucros naquele ano.
POSTERGAÇÃO NO CRONOGRAMA DE INVESTIMENTOS (MESMO COM AUMENTO NO VALOR DA TARIFA PARA ESSAS OBRAS), GERANDO RECEITA AINDA MAIOR PARA A CONCESSIONÁRIA.
Ainda devemos lembrar que o cronograma de obras da Viaoeste está bastante atrasado. Em 2006, o montante de investimentos correspondente às obras não entregues estava estimado em R$ 551 milhões, essa informação faz parte da análise técnica realizada pela Artesp por ocasião da lavratura do termo aditivo de prorrogação dos contratos realizados no final de 2006 para justificar o alegado desequilíbrio do contrato que ensejou sua prorrogação por mais 57 meses, após o prazo inicialmente previsto para encerramento (2018).
Para medirmos estes atrasos, a duplicação da SP-270, rodovia Raposo Tavares, teria de ser totalmente duplicada até 2002. Mas nas notas explicativas do balanço da concessionária do 1º trimestre de 2010 (informações extraídas do site da CVM), consta que:
“Duplicação da Rodovia Raposo Tavares, entre o Km 34 e Km 115,5. A duplicação entre os trechos do Km 34 ao Km 45 e do Km 89 ao Km 115,5 já foram concluídas. A duplicação entre o Km 45 e Km 89 deverá ser concluída até 2022, conforme Contrato de Concessão nº. 003/CR/1998, de 30 de março de 1998 e seus Termos Aditivos e Modificativos.
A construção de dois contornos alternativos, um em Brigadeiro Tobias e o outro em São Roque, os quais foram concluídos em agosto e setembro de 2007.”
Os contornos alternativos, são provisórios e foram inaugurados com pompa em 2007, com a presença do então governador José Serra . Os contornos definitivos e a duplicação da rodovia entre Vargem Grande e Sorocaba, cuja conclusão estava prevista para 2002 (Edital de licitação para concessão do lote 12 - página 13 do anexo VII) só serão entregues daqui a 20 anos.
Além do mais, não há informações sobre a construção das marginas da Rodovia Raposo Tavares, que deveriam ter sido entregues no início de 2007.
4. REDUÇÃO NO VALOR DOS INVESTIMENTOS DA CONCESSIONÁRIA X AUMENTO NO LUCRO
Levantamento nos balanço da concessionária Via Oeste mostra que de 2005 a 2009, a receita subiu 52%, já as despesas gerais e administrativas caíram quase 31% e as despesas financeiras aumentaram 117%.
De 2006 a 2009, os investimentos caíram de 451 milhões para R$ 237 milhões, um recuo de 47% e curiosamente, o saldo em caixa cresceu de R$ 60 milhões para R$ 103 milhões, ou seja, mais de 72%. Esses dados apontam que após a prorrogação do contrato em 2006, a concessionária diminui despesas (investimentos em obras) para aumentar recursos em caixa, sem levar em conta os interesses dos usuários.

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