26/07/2011

Número de latrocínios cresce 12%


GIO MENDES
Os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) cresceram 12,2% na capital paulista no primeiro semestre de 2011 em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria da Segurança Pública, foram 46 ocorrências do tipo neste ano, contra 41 do ano passado. A capital também registrou crescimento de 22,4% nos casos de furtos em geral: de 80.901 nos primeiros seis meses de 2010 para 98.035 neste ano. Esses números não incluem os furtos de veículos, que também subiram – 2,89% (de 20.485 casos para 21.076).
“Se fosse só um caso de latrocínio, já chocaria a sociedade”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro de Lima. Foram 47 pessoas mortas por ladrões nos 46 casos registrados na capital. As delegacias que mais registraram esse tipo de crime foram o 10º DP (Penha), 11º DP (Santo Amaro) e 46º DP (Perus) com três casos cada.
No Estado, os casos de latrocínio cresceram 20,15%, de 134 para 161. O total de pessoas mortas subiu de 136 em 2010 para 167 em 2011. O delegado acredita que a intensificação do patrulhamento da PM, que já vem ocorrendo há um mês, ajudará a diminuir os latrocínios. “Os bloqueios da PM são responsáveis pela apreensão de armas, o que evita esse tipo de crime”, disse Carneiro.
O comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Alvaro Batista Camilo, também afirmou que a presença da PM nas ruas pode ajudar a reduzir os casos de latrocínio. “Estamos fazendo muitas ações, como o patrulhamento das marginais (do Pinheiros e do Tietê), onde os casos de roubo podem virar latrocínios”, afirmou Camilo.
Para o delegado-geral, o crescimento dos latrocínios pode estar vinculado ao roubo de carros, outro crime com tendência de alta no Estado (de 34.301 para 37.652, aumento de 9,77% ) e na capital (de 17.477 para 18.796, crescimento de 7,55%). “No roubo de veículos, o susto da vítima pode levar o ladrão a atirar. Como a distância é curta e as partes fatais da vítima estão expostas, como tronco, cabeça e tórax, o risco (de morte) é muito elevado”, disse Carneiro.
O taxista Eduardo Alves Pereira foi baleado na cabeça após ser abordado por dois ladrões na Vila Santa Catarina, zona sul, no último dia 9. Segundo testemunhas, ele não reagiu ao assalto. “O atirador estava drogado”, disse a comerciante Heminy Mohamad Hussein, mulher da vítima.
Sobre o aumento dos furtos em geral, o coronel afirmou que isso ocorreu porque hoje as vítimas comunicam mais casos na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil e nos quartéis da PM. Objetos como celulares e notebooks são os principais alvos dos ladrões. “O infrator se aproveita de um descuido da vítima para se apropriar do bem dela”, explicou Camilo.

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