Alckmin quer cortar R$ 2,7 bi em gastos



GUSTAVO URIBE
Em um cenário de crise mundial, que começa a afetar a economia brasileira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que pretende reduzir em R$ 2,7 bilhões as despesas de custeio até o final de sua gestão à frente do Palácio dos Bandeirantes.
O corte atingirá as contas com água, energia, telefonia e combustível, entre outros itens, e tem como objetivo assegurar a capacidade de investimento do governo do Estado até 2014, ano em que o tucano deverá disputar reeleição.
Em 2012, ano de disputa eleitoral para a Prefeitura, a economia prevista por Alckmin deve ser de R$ 900 milhões, o que representa 5% dos R$ 18 bilhões previstos para esses tipos de gastos no Orçamento do Estado aprovado pela Assembleia Legislativa para o próximo ano.
“A preocupação é que a crise mundial afete os investimentos para 2012”, afirmou um dos auxiliares diretos do governador de São Paulo, segundo o qual a economia de recursos vai afetar todas as secretarias estaduais.
Em reunião no último final de semana, o governador delegou a cada secretaria a escolha de um assessor para acompanhar de perto a economia nessas áreas.
No conjunto, a coordenação do programa de cortes ficará por conta da Secretaria de Gestão Pública, que deverá produzir relatórios mensais sobre os avanços na redução dos custos da máquina pública. No início de abril, o governador já havia pedido a todo o seu secretariado que lhe entregasse um cronograma de cortes em gastos de custeio para os quatro anos de sua gestão.
Insuficiente
A meta inicial era economizar anualmente entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão – valor semelhante deveria ser aplicado, em especial, no campo social. Seria uma tentativa de recuperar espaço em uma área habitualmente dominada pelo PT em São Paulo. O esforço do Palácio dos Bandeirantes para assegurar a capacidade de investimento não deve, contudo, impedir a implantação de um novo programa de ajuste fiscal para 2012.
O governador tucano ainda não definiu um montante, mas a expectativa é de que, além, do já previsto, seja anunciado em janeiro um novo contingenciamento no orçamento aprovado pela Assembleia para o próximo ano, de R$ 156,6 bilhões.
No início de 2011, período marcado pelo aquecimento da economia brasileira, o governo congelou R$ 1,5 bilhão de um orçamento de R$ 140,6 bilhões para este ano. A partir de maio, os recursos foram liberados de maneira gradual, sobretudo os voltados aos investimentos.
“Os investimentos não devem ser muito afetados em um novo contingenciamento, que atingirá apenas o custeio”, antecipou um dos integrantes do governo estadual.
Reforma no secretariado
Embora o tema não tenha sido tocado na reunião, integrantes do governo preveem mudanças no primeiro escalão no início de 2012. Uma das prováveis alterações será na pasta de Gestão Pública, ocupada por Cibele Franzese de forma interina após a saída de Júlio Semeghini para a vaga deixada por Emanuel Fernandes em Planejamento.
Uma das possibilidades é entregar Gestão ao PDT – a pasta perderia projetos de peso – em troca de apoio da sigla na eleição da capital

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