Investidores americanos irão construir aeroporto em Ibiúna



De início, serão aplicados R$ 500 milhões. Projeto total deve custar R$ 1 bi
Jornal Cruzeiro do Sul
José Antonio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br

Com estimativa de investimentos iniciais da ordem de R$ 500 milhões, será construído, até 2015, o aeroporto comercial de Ibiúna, cidade localizada a 50 quilômetros de Sorocaba. O protocolo de intenções entre a Prefeitura local e a empresa de infraestrutura Eiko Engenharia, que representa um grupo de investidores americanos, foi assinado na semana passada, no escritório do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), mediador dos entendimentos entre a administração e os empresários. O empreendimento, disse ontem o secretário de Governo, Paulo Myiama, deve alavancar o desenvolvimento do município, cuja economia é baseada na agricultura e no turismo. 

O futuro aeroporto ficará numa área com cerca de 1,5 milhão de metros quadrados (algo perto de 150 hectares) do bairro Votorantim, localizada na altura do km 59, da rodovia Bunjiro Nakao, via de ligação com a Raposo Tavares. O imóvel já foi declarado de utilidade pública para fins de desapropriação. Somente para adquirir a gleba, o governo local deverá destinar R$ 100 milhões. O montante é praticamente o mesmo previsto no orçamento deste ano (R$ 108 milhões). Até por isso, a solução jurídica encontrada foi a da doação onerosa, pela qual a administração transfere a propriedade a quem ficará responsável pelo pagamento das indenizações. 

Para 2015 
De acordo com o cronograma, dentro de dois meses será apresentado o projeto definitivo. Na sequência, começam os trâmites junto aos órgãos oficiais competentes para a obtenção de licenças e autorizações de controle ambiental. A expectativa é de que o aeroporto entre em operação no segundo semestre de 2015. 

Quando isso acontecer, por ali deverão circular, mensalmente, 100 mil passageiros. Já o total estimado de pousos e decolagens é de aproximadamente 500 ao dia. O aeroporto foi planejado para atender a demanda gerada a partir da saturação de Congonhas e Guarulhos; terá, portanto, vôos domésticos que ligarão Ibiúna aos principais destinos brasileiros. A pista projetada terá 2,5 mil metros de comprimento, por 45 metros de largura. Será maior que a de Congonhas, que tem 1.435 metros.
 
Gestão privada 
O modelo de gestão (privado) é semelhante ao adotado em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Fatores como a localização e a altitude (Ibiúna fica a 966 metros acima do nível do mar) foram determinantes para a escolha da cidade. O projeto, conforme Myiama, devolve o equipamento à cidade, por assim dizer, depois de quase 40 anos. Na década de 70, na vigência do regime militar, estudos apontaram Ibiúna como alternativa à construção de um aeroporto; questões políticas, no entanto, inviabilizaram o projeto que acabou sendo executado em Guarulhos. "Se não fosse por isso, teríamos, aqui, aquilo que hoje é Cumbica, na Grande São Paulo", comentou o secretário.

Nesta fase inicial, calcula-se que serão gerados até 3 mil empregos. Além do aeroporto, Ibiúna receberá, do mesmo pool de empreendedores, um pacote de obras que inclui a implantação, nas imediações, de um shopping center, de uma rodoviária, de uma faculdade de Medicina, de um polo industrial, duas torres residenciais e um porto seco. Para executar as obras, serão investidos mais R$ 500 milhões. O total deverá, assim, chegar a R$ 1 bilhão.

O primeiro aeroporto privado do Estado de São Paulo já é considerado um divisor de águas na história de Ibiúna. Integrante da Comissão designada para acompanhar a instalação do equipamento, o advogado Jeferson Machado, avalia que a cidade experimentará o seu maior salto de qualidade. O projeto dará impulso a outras ações, como a pavimentação e melhoria da pista da rodovia Bunjiro Nakao, que possui 74 quilômetros de extensão. As obras já foram autorizadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), e estão no aguardo da conclusão dos estudos técnicos. O aeroporto ficará a 15 quilômetros da Raposo Tavares, e a 60 de São Paulo. Além disso, o acesso pode ser feito por uma interligação com a BR 116, pelo Rodoanel. Machado lembrou que a pista será dimensionada para receber aeronaves de porte, como o boeing 737.

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1 Comentários

  1. Faltou indicar na imagem da área do suposto aeroporto de Ibiuná, que bem na frente tem um bairro residencial e diversos condomínios de casas residenciais, conforme site <a href="Faltou indicar na imagem da área do suposto aeroporto de Ibiuná, que bem na frente tem um bairro residencial e diversos condomínios de casas residenciais, conforme site http://www.aeroportodeibiuna.com.br/

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