Prefeitura de SP demite braço direito de ex-diretor do Aprov



ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

A arquiteta Lúcia de Sousa Machado, 70, principal assessora do ex-diretor Hussain Aref Saab na Prefeitura de São Paulo, foi demitida ontem.

A exoneração ocorre após a Folha revelar que a servidora guardava R$ 1,7 milhão em casa, entre joias, reais e dólares. O valor foi declarado à polícia, em abril de 2010, quando a casa dela, na região do Morumbi, foi furtada.
O valor foi omitido das declarações obrigatórias encaminhadas à prefeitura. À Corregedoria-Geral do Município, na sexta, ela disse que não tinha obrigação de declarar.
O corregedor Edilson Mougenot Bonfim recomendou a demissão de Lúcia, que foi aceita ontem pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Além da exoneração da chefe da assessoria técnica do Aprov, onde recebia R$ 5.095,15 mensais, a servidora também é alvo de um processo administrativo que pode culminar na cassação de sua aposentadoria. Como arquiteta aposentada da prefeitura ela recebe R$ 11.556,47.
Editoria de Arte/Folhapress
Lúcia é considerada o "braço direito" de Aref, que dirigiu o Aprov até abril. Esse setor da prefeitura é o responsável pela aprovação de prédios de médio e grande porte na capital.
Como a "TV Folha" revelou no dia 13, Aref, 68, adquiriu 106 imóveis nos pouco mais de sete anos em que comandou o departamento.
Os dois estão sendo investigados pelo Ministério Público por suspeita de enriquecimento ilícito.
Folha tenta conversar com Lúcia desde o dia 18, mas a arquiteta se recusa a dar sua versão à reportagem.
Já Aref diz, por meio de seus advogados, que seu patrimônio foi construído legalmente com renda obtida de um estacionamento da família (da qual ele não é sócio), herança e outros investimentos (que ele não detalha).

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