Mulher grávida tem útero retirado


Paciente tinha miomas no órgão e médico indicou sua extirpação, mas hospital de Belford Roxo não fez exame de gravidez


Clarissa Thomé, do Rio
 A dona de casa Cenira Maria dos Santos, de 37 anos, estava grávida de quatro semanas quando teve o útero retirado numa clínica da Baixada Fluminense, credenciada ao Sistema Único de Saúde. A paciente não sabia da gravidez e fez a cirurgia porque havia sido diagnosticada com miomas. A família decidiu processar a clínica e o médico.

Cenira recebeu o diagnóstico de que tinha dois miomas no útero em agosto passado, por meio de uma ultrassonografia. No início do ano, foi ao médico, que indicou a histerectomia (retirada do útero). A cirurgia foi realizada em 11 de abril no Hospital das Clínicas de Belford Roxo. O resultado da biópsia indicou que ela estava grávida de um bebê de cerca de três centímetros, ou quatro semanas de gestação.

O exame revoltou o casal, evangélico, que já tem duas filhas - Celeste, de 11 anos e Camila, de 6. "Passei por tantas dificuldades, mas nunca pensei em tirar um filho", emocionou-se Cenira. O marido dela, o taxista Rubens Gomes criticou a falta de um exame prévio. "Entre a ultrassonografia e a cirurgia não fizeram nem um exame de urina nela. A direção da clínica disse que não é responsável. Como assim? Então fazem um aborto dentro do hospital deles e eles não são responsáveis?"

O Estado entrou em contato com o hospital. A recepcionista informou que um representante da instituição retornaria, o que não aconteceu até as 18h30. O médico responsável pela cirurgia não foi localizado. O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher. A assessoria de Imprensa do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) informou o caso está sendo avaliado, mas não tinha definido, até o fim da tarde de ontem, se abriria sindicância.

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