Pesquisa aponta que mulher fica mais viciada em cocaína que homem



Folha  de São Paulo



A segunda parte da pesquisa "Levantamento Nacional de Álcool e Drogas", divulgada nesta quinta-feira, revelou que embora os homens sejam maioria entre os usuários de cocaína no país, as mulheres ficam mais dependentes e usam a droga com mais frequência.
Segundo a pesquisa, 6,8% dos homens já usaram cocaína aspirada uma vez na vida, contra 1,7% das mulheres.
Entretanto, 40% delas dizem usar a droga mais de duas vezes por semana ou todo dia, número que entre os homens é de 24%. Além disso, 54% das mulheres ficaram viciadas na droga, contra 46% dos homens.
A pesquisa, feita pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ouviu 4.607 pessoas com mais de 14 anos em 149 cidades do Brasil.
A psicóloga Clarice Madruga, coordenadora do trabalho, explicou que o organismo feminino aumenta a dependência da droga. Ela disse que estudos mostram que os hormônios femininos potencializam os efeitos da droga, o que causa maior dependência.
Outra razão para o vício feminino é que a variação hormonal causada pelo ciclo menstrual atrapalha as mulheres que tentam sair da dependência. "O corpo se adapta a uma configuração [quando a mulher interrompe o uso da droga], mas o ciclo menstrual muda e o corpo entende que deve mudar também. Isso confunde organismo feminino", disse Madruga.
A pesquisa aponta ainda que as mulheres tem maior tendência a misturar cocaína com álcool do que os homens.
A primeira parte do levantamento, que tem a direção do psiquiatra Ronaldo Laranjeira, revelou que o Brasil é o segundo país com maior número de consumidores de cocaína no mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos.

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