Consumidor já paga até R$ 3 por litro de gasolina


Postos de combustíveis não perderam tempo e já repassaram para as bombas o reajuste que foi autorizado para as refinarias na terça-feira 


Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O reajuste dos combustíveis já foi repassado para o consumidor. O acréscimo nas bombas foi entre R$ 0,10 e R$ 0,12 por litro. Nas cidades do Rio e de São Paulo, o preço por litro chegou a superar os R$ 3. Num posto da Rua Pedroso de Moraes, zona oeste paulistana, o preço do litro, por exemplo, passou de R$ 2,899 para R$ 3,019, uma alta de 4,1%.
O reajuste fez com que os motoristas corressem para os postos para aproveitar os preços antigos. Por volta do meio-dia, o taxista Antônio Fernando de Lima, de 65 anos, abasteceu o tanque do seu carro antes que um posto da Avenida Sumaré reajustasse os preços. "Preciso aproveitar. Não tenho como aumentar o valor da corrida para o cliente", disse ele, taxista há 28 anos.
Naquele posto, a economia de Lima foi de R$ 0,10 por litro - o preço da gasolina comum passou de R$ 2,699 para R$ 2,799 - uma alta de 3,7% - duas horas mais tarde. O aumento, contudo, diz ele, nem de longe lembram os reajustes promovidos no auge da inflação no País, nas décadas de 80 e 90, quando ele iniciava a carreira. Naquela época, os reajustes eram frequentes e as filas nos postos gigantescas. "O problema, agora, é que só Deus sabe quando vou poder aumentar a tarifa da corrida", disse. "Por enquanto, vou ficar com o prejuízo", afirmou.
Na refinaria. O governo federal autorizou a Petrobrás a reajustar o valor dos combustíveis nas refinarias na terça-feira. A gasolina foi reajustada em 6,6%, e o óleo diesel, 5,4%.
Para não espantar os clientes e por causa da concorrência, alguns donos de postos tentam diluir a alta, repassando um valor menor do que o reajuste já anunciado na terça-feira. "Ainda não sabemos de quanto vai ser o reajuste, mas só vamos repassar aquilo que vier da distribuidora", disse Fernando Sobral, gerente de outro posto na Avenida Sumaré
Em São Paulo, segundo o Índice de Preços Ticket Car, o preço médio do litro da gasolina encerrou o ano passado em R$ 2,689. No País, a média foi de R$ 2,884. "É difícil prever o aumento, tem a ver com a questão de mercado", afirmou Eduardo Lopes, coordenador de produto Ticket Car.
A tendência, diz ele, é que os donos de postos possam, inicialmente, absorver parte do impacto. "Se o vizinho do lado está com o preço baixo porque estava estocado, quem tende a aumentar deve absorver para depois pode fazer reajustes. O mercado é que manda", disse.
Além disso, a política dos reajustes diluídos pode se confirmar porque o preço do etanol tende a subir até maio por causa da entressafra da produção de cana-de-açúcar.
Aumentos nesta quinta. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) informou que o preço médio da gasolina aditivada deve sofrer um reajuste entre 3% a 3,5%. Os aumentos passarão a ser praticados a partir desta quinta-feira.
Há postos que recebiam o diesel ao preço de R$ 2,17 e passaram a pagar pelo mesmo produto R$ 2,25. A gasolina custava R$ 2,50 e, agora, passou para R$ 2,61 e o etanol de R$ 1,52 subiu para R$ 1,60. A S10 subiu de R$ 2,20 para R$ 2,38.
O aumento não será linear vai depender do posto e da bandeira que ele opera. A média do preço da gasolina comum em Cuiabá é de R$ 2,97 e a aditivada é de R$ 2,99. Se for considerado o aumento repassado da distribuidora para o posto, por exemplo, no valor da aditivada, que foi de R$ 0,11 a gasolina aditivada vai chegar ao consumidor final ao preço de R$ R$ 3,10. / COLABOROU FÁTIMA LESSA, ESPECIAL PARA O ESTADO 

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