De olho em 2014, Alckmin amplia presença no interior



folha de são paulo

Provável candidato à reeleição em 2014, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mudou sua estratégia de comunicação e ampliou a exposição no interior do Estado, seu principal reduto eleitoral.
Desde janeiro, passou a ter ao menos dois compromissos por semana, em média, fora da região metropolitana, durante dias úteis. Em todos, dá entrevistas exclusivas a emissoras de TV ou rádio locais.
Antes as viagens ao interior eram basicamente restritas às sextas e sábados. Agora o governador as intercala com os compromissos da semana na capital.
Alckmin já deu cerca de 20 entrevistas a TVs regionais neste ano. Aliados afirmam que o número é três vezes maior do que o do mesmo período do ano passado.
O roteiro foi desenhado pela Casa Civil e priorizou cidades que ele ainda não tinha visitado, as com mais de 400 mil habitantes e as que sediam retransmissoras de TV.
O objetivo é ampliar a exposição do governador onde ele se saiu melhor em 2010: 54,5% dos eleitores do interior o escolheram, contra 46,4% na grande São Paulo.
Na última semana, reportagem da Folha mostrou que os ministros petistas Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), até então cotados como adversários de Alckmin em 2014, concentram em São Paulo os compromissos oficiais fora de Brasília. Na sexta, Mercadante disse que não disputará a eleição.
SEGURANÇA
No dia 1º de março, Alckmin foi o entrevistado de um telejornal da TV Interior (afiliada do SBT nas regiões de Araçatuba, Presidente Prudente e Rio Preto). Falou ao vivo por 24 minutos.
Durante a transmissão, no estúdio em Araçatuba, Alckmin discutiu assuntos da região, como a ampliação de uma UTI e a construção de uma praça há anos esperada.
Nas viagens mais recentes, o governador aborda temas cuja boa receptividade foi captada pelo Bandeirantes em pesquisas, como internação compulsória de dependentes e ampliação de penas para adolescentes infratores.
No dia 20 de março, Alckmin falou à afiliada da TV Globo em Ribeirão Preto.
A entrevista começou com o governador sendo questionado sobre segurança, tema que vem sendo seu "calcanhar de Aquiles" desde a explosão de uma onda de crimes no fim do ano passado.
A pergunta foi sobre roubo a caixas eletrônicos com uso de explosivos. Antes, reportagem havia mostrado uma ação de dois adolescentes infratores. "Quem deve zelar pela questão de dinamites, explosivos é o Exército", iniciou Alckmin, para depois abordar o outro assunto.
"Eu venho insistindo: esses dois menores vão ficar três anos, vão ser soltos e sair com a ficha limpa. Nós já propusemos aumentar para oito anos [de recolhimento] em casos graves."
Outro tema recorrente no interior é a saúde financeira de santas casas. "Alguns itens da tabela do SUS não são corrigidos há dez anos. Todas as santas casas que atendem o SUS estão extremamente endividadas", afirmou em Araçatuba.
A correção da tabela do SUS é atribuição do Ministério da Saúde, ocupado por Padilha, agora a principal aposta do PT para disputar o governo de São Paulo.
Mas o tucano desconversa quando questionado sobre o pleito. "Eleição é em ano par e estamos em ano ímpar. Não é bom encurtar governo."
Editoria de Arte/Folhapress

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