Detido por morte de dentista foi solto pela Justiça há 5 meses



Folha de São Paulo
O jovem de 17 anos apreendido sob a suspeita de atear fogo na dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, em São Bernardo do Campo (ABC paulista) no dia 25 teve sua internação negada pela Justiça em novembro de 2012.

Na ocasião, ele foi detido sob a suspeita de tráfico de drogas por estar com 12 papelotes de maconha. Antes, já tinha tido três apreensões --em duas, acusado de tráfico, e uma, de porte de arma de uso de forças de segurança.
Em seu pedido à Justiça, a polícia alegou que o jovem tinha antecedentes graves e botava em perigo sua própria vida e a de quem o cercava.
A juíza da Vara da Infância e Juventude de Diadema, Cláudia Maria Carbonari de Faria, no entanto, determinou que fosse libertado e entregue para a mãe dele.
Depois dessa ocorrência, o adolescente ainda foi detido mais uma vez, em 4 de abril deste ano, acusado de ameaçar um garoto de 14 anos de Carapicuíba (Grande SP).
Ao todo, com a detenção do final de semana pela morte da dentista, ele totaliza seis passagens pela polícia. Não chegou a ser internado em nenhuma, mas cumpriu medida de liberdade assistida.
Procurado às 19h de ontem, o Tribunal de Justiça informou que não era possível se manifestar sobre o caso porque naquele horário a Vara de Diadema estava fechada.
Editoria de arte/Folhapress
'NOVO CHAMPINHA'
Para o delegado que chefiou as investigações, Waldomiro Bueno Filho, o jovem apreendido é frio, não demonstra arrependimento e não tem "freio moral".
"Ele está mais para um novo Champinha. É muito evidente que ele tem um desvio mental, não tem um pingo de freio moral", afirmou o delegado, referindo-se ao jovem que, em 2003, quando tinha 17 anos, foi preso pelo estupro e morte da adolescente Liana Fridenbach, 16.
Conforme o delegado, o adolescente confessou ter ateado fogo na dentista Cinthya e alegou que o fez porque ela só tinha R$ 30 na conta. "Ele fala que botou fogo na mulher como se tivesse falando que comprou um quilo de pó de café", disse.
O delegado Bueno Filho afirmou não ter dúvidas de que foi o jovem quem colocou fogo na dentista. Em dois depoimentos filmados pela polícia, porém, o rapaz dá versões contraditórias. Em uma, na frente dos outros três suspeitos, admite ter queimado a dentista viva. No outro, sozinho em uma sala, nega. O delegado atribui isso ao fato de ele ser "inconstante".
Ontem, a polícia prendeu em Itapevi (Grande São Paulo) o quarto e último suspeito do assassinato da dentista.
Thiago de Jesus Pereira, 25, confessou a participação em roubos a outros consultórios, mas não no que levou à morte da dentista. O bando é investigado por seis roubos a clínicas odontológicas.
Conforme a polícia, Pereira era o responsável por entrar nos consultórios fingindo ser um paciente.
A reportagem não conseguiu encontrar ontem os defensores dos suspeitos.

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