Sindicalistas e professores protestam


Em atos distintos, ambos os grupos reivindicaram, em geral, melhores condições salariais e de trabalho


Guilherme Maganhato
guilherme.maganhato@jcruzeiro.com.br
programa de estágio

Enquanto integrantes de oito categorias de trabalhadores ligados à Força Sindical foram até a frente da Agência do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) de Sorocaba, no Centro, para reivindicar sobretudo o fim do fator previdenciário, professores do Centro Paula Souza também ontem dispensaram os seus alunos e foram a São Paulo, mas para pedir pela aprovação do plano de carreira, em trâmite na Assembleia Legislativa (AL).

O protesto dos sindicalistas fechou a rua Nogueira Martins. Ao todo, cerca de 80 pessoas se reuniram no local a partir das 8h. De acordo com o presidente do Sindicato dos Comerciários de Sorocaba, Ruy Amorim, os atos foram resultado de uma convocação nacional, conhecida como Dia Nacional de Mobilização e Luta. "Estamos reunidos nas principais cidades do País para protestar. Somos nós que sustentamos o Brasil, e queremos melhorias."
 
Estiveram presentes integrantes do sindicato dos químicos, dos comerciários, dos autônomos, dos profissionais da borracha, dos gráficos, das refeições coletivas, dos vigilantes e dos aposentados. "Estamos representando aqui cerca de 200 mil pessoas de Sorocaba e região que estão dando um aviso: estamos lutando pelos nossos direitos, e exigimos que sejam atendidos", salienta.

Além do fim do fator previdenciário, os sindicalistas pediam a redução da jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial, fim do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, reajuste para os aposentados e mais investimentos em saúde, educação, segurança e transporte público. A Polícia Militar e agentes da Urbes - Trânsito e Transportes estiveram nas proximidades da agência do INSS para orientar motoristas. Houve momentos de lentidão no cruzamento entre a avenida Juscelino Kubitschek e as ruas Nogueira Martins e Santa Clara. 

Em São Paulo, manifestantes bloquearam à tarde os dois sentidos da avenida Paulista. De manhã, manifestantes interditaram as rodovias Anchieta e Bandeirantes. Os atos fizeram parte do Dia Nacional de Mobilização e Luta, convocado pelas centrais sindicais e que ainda teve mobilizações em outras capitais. 

Professores 
A paralisação dos professores e a dispensa das aulas nas unidades ligadas ao Centro Paula Souza foi em apoio à manifestação na Capital. Segundo o professor de Matemática da Escola Técnica Estadual (Etec) Fernando Prestes, Bruno Henrique de Oliveira, 25 anos, além desse estabelecimento de ensino, ainda não houve aulas na Etec Rubens de Faria e Souza, no Jardim Faculdade, e na Etec Votorantim. Os alunos foram avisados. "Explicamos para eles nossas reivindicações. Queremos ser mais valorizados", explica o docente. As aulas serão retomadas na segunda-feira.

Bruno cursa Mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e, pelo plano de carreira atual, não receberia aumento por sua qualificação. "Um professor valorizado, satisfeito com suas condições de trabalho rende mais e, com isso, os alunos também renderão mais. Esta escola tem tradição. Não podemos ficar assim." Enfatizou há dez anos é discutido um plano de carreira entre o governo e a os professores. Em 2008, um plano foi aprovado, porém, para Bruno, não atende às necessidades da categoria.

A reposição salarial de 8,12% aos professores foi votada e aprovada quinta-feira pela AL. "Porém, a luta continua. Reivindicamos dez coisas indispensáveis para nós", afirmou. São elas: reajuste salarial, recomposição das perdas referente a reajustes salariais antigos, aprovação da lei 11.738/2008, do piso nacional, implantação do vale-transporte, vale-alimentação, auxílio-alimentação, liberação de atestados de saúde na rede privada, plano de saúde, melhores políticas salariais e o plano de carreira. (Supervisão: Eduardo Santinon)

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