Filósofo era responsável por obra que desabou, diz polícia

Ana Flávia Oliveira

do Agora
A polícia afirmou ontem que a obra que desabou em São Mateus (zona leste) no mês passado, deixando dez mortos e 26 feridos, não tinha engenheiro responsável.
Segundo a polícia, um filósofo acompanhava a obra e era conhecido pelos operários como "engenheiro".
Ele é Alberto Alves Pereira, sócio e coordenador de projetos da empresa contratada por Mostafa Abdallah Mustafa, dono do terreno, para fazer o projeto do prédio que desabou.
Pereira prestou depoimento ontem à polícia.
"No dia do desabamento, ele se apresentou aqui como engenheiro, mas não tem registro no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura). Ele é um técnico, mas não tem curso, tem a formação da vida", disse o delegado Luiz Carlos Uzelin, titular do 49º DP (São Mateus). Segundo a polícia, Pereira é formado em filosofia.
Resposta
Edilson Santos, o advogado do dono do terreno, Mostafa Abdallah Mustafa, não foi encontrado pela reportagem ontem para comentar as declarações do coordenador de projetos Alberto Alves Pereira, sócio da empresa contratada para fazer a planta da construção do prédio que desabou em São Mateus (zona leste).
A reportagem tentou ligar ao menos cinco vezes para o escritório e os dois celulares de Santos, mas o advogado não retornou as ligações.
Na última quarta-feira, Santos disse à reportagem que seu cliente só falaria após prestar depoimento à polícia.
Na ocasião, segundo o advogado, ele mostrará fotografias da parte estrutural da obra.
O coordenador de projetos Alberto Alves Pereira também não foi encontrado ontem pela reportagem para comentar seu depoimento à polícia e as declarações do empreiteiro da obra.

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