Presidente de Sociedade de Biotecnologia defende Instituto Royal

Luiz Antonio de Castro diz que empresa está entre as melhores do ramo.

Cientista concorda com discussão mas repudia invasão ao laboratório.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
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Presidente de Sociedade de Biotecnologia defende Instituto Royal (Foto: Reprodução/Instituto Royal)Presidente de Sociedade Brasileira de
Biotecnologia comenta sobre pesquisas
com animais (Foto: Reprodução/Instituto Royal)
O Instituto Royal divulgou nesta quarta-feira (30) um vídeo com depoimento do presidente da Sociedade Brasileira de Biotecnologia, Luiz Antonio Barreto de Castro, comentando sobre a invasão ao laboratório da empresa, em São Roque (SP), na sexta-feira (18), quando os 178 beagles usados em testes de produtos farmacêuticos foram levados pelos ativistas.
Durante o vídeo (veja logo abaixo), Castro comenta que todos os experimentos com produtos farmacêuticos são aplicados em animais. "Todas as drogas, todos os produtos farmacêuticos que são feitos hoje em dia passam necessariamente por ensaios com animais de duas naturezas: roedores e não roedores. No caso de não roedores, principalmente, animais de médio porte. Cachorro, como beagles, podem ser usados. É diferente de quando se fala em cosméticos, que pode ser feito sem uso de animais".
Segundo o presidente da sociedade, todos os medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constam o uso de animais. "Todas as drogas que foram registradas nos últimos anos, todas, sem excessão, usaram animais na fase pré-clínica. Não há nenhuma excessão", ressalta.
Para Castro, a discussão sobre a legalidade de uso de animais em testes de produtos farmacêuticos é válida. "Eu acho que fazer uma avaliação no Congresso, da lei brasileira, é bem-vinda. A lei brasileira é nova, ela é de 2008. Pode ser que uma discussão como essa no Congresso, e esse é o caminho que precisa seguir quando se quer modificar uma legislçação", mas completa dizendo que repudia atos de violência e vandalismo.
"O caminho a seguir é discutir no Congresso, discutir com os maiores especialistas, ouvir todos os argumentos e não invadir instituições e tomar a lei em suas mãos e destruir o que está sendo feito, que não está sendo feito a arrepio da lei. Isso é preciso explicar".

Em nota, o Instituto Royal informou que Luiz Antonio Barreto de Castro foi quem aprovou o convênio com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), liberando um financiamento de R$ 5 milhões, feito com o Finep. À época da liberação do convênio, Castro era secretário executivo do MCTI e responsável pelas análises dos convênios firmados via Finep, informou a nota do instituto.
O presidente da Sociedade Brasileira de Biotecnologia comenta no vídeo que conhece o Instituto Royal há muitos anos. "O instituto existe há mais de 10 anos. Quando eu conheci o Instituto Royal, eu estava com um grupo de trabalho avaliando a possibilidade de apoio à institutições que atuam na área de pré-clínicos. E o Instituto Royal pareceu a mim e a esse grupo de trabalho, que tinha outros cientistas envolvidos, a instituição que melhor tem condições de trabalhar na área de pré-clínicos".
"O Instituto Royal foi criado em 2005. A Lei Arouca é de 2008, e estabeleceu um prazo de cinco anos para o credenciamento de todas as entidades existentes perante o Concea, criado apenas em 2009. Nesse tempo, o Instituto Royal contava com todos os alvarás e autorizações legais para se manter em funcionamento e obter verbas de órgãos públicos, dentro da legislação vigente. O Instituto Royal seguiu todos os procedimentos legais para a obtenção do convênio via Finep, sob responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com a finalidade de 'criação, manejo e fornecimento de animais para desenvolvimento pré-clínico de fármacos', de acordo com o detalhamento do projeto. O órgão entendeu que a pesquisa de medicamentos é fundamental para o avanço brasileiro no campo da saúde pública, e por isso o convênio com o Instituto Royal foi aprovado", complementou a nota.
Alvará suspenso
A Prefeitura de São Roque suspendeu na tarde da sexta-feira (25) o alvará de funcionamento do Instituto Royal por 60 dias. Segundo o prefeito Daniel de Oliveira Costa, a suspensão foi decretada depois que ele recebeu documentos da comissão de deputados federais que investiga o instituto.
O caso dos beagles ganhou repercussão depois que mais de 100 pessoas invadiram o Instituto Royal na madrugada do dia 18 de outubro e retiraram 178 beagles e sete coelhos usados em testes de produtos farmacêuticos. Os ativistas alegam que os animais sofriam maus-tratos no laboratório.
Já o diretor científico do Instituto Royal, João Antônio Pegas Henriques, nega que os bichos sofressem violência. "Nossos animais não sentem dor. Não é feito nenhum tipo de teste com crueldade", diz.
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Durante a madrugada o grupo de ativistas conseguiu invadir o prédio (Foto: Divulgação/São Roque Notícias)Momento em que ativistas invadiram o Instituto Royal, em São Roque (Foto: Divulgação/São Roque Notícias)

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