Policiais militares apontam contradições de padrasto do menino Joaquim

Folha de São Paulo

Policiais militares que atenderam a ocorrência do suposto sumiço do menino Joaquim Ponte Marques, 3, prestaram depoimento nesta quinta-feira (28) e relataram novas contradições e indícios envolvendo o padrasto da criança, Guilherme Raymo Longo, 28.

O corpo de Joaquim foi encontrado no último dia 10 no rio Pardo, em Barretos (423 km de São Paulo).
Segundo os depoimentos, prestados na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), a primeira contradição de Longo foi ele ter dito, inicialmente, que não havia saído de casa na madrugada do dia 5.
Após ser informado pelos policiais da existência de câmeras nas imediações, Longo recuou e disse que saiu de casa por cerca de 40 minutos.
O padrasto também disse aos policiais que, por volta de 8h, procurou Joaquim na rua Coelho Neto, local em que ele comprava drogas.
Ele argumentou, conforme os PMs, que traficantes poderiam ter levado o menino. No entanto, negou que tivesse dívidas, conforme o cabo Gledson Andrade.
Ainda de acordo com o policial militar, Longo estava nervoso, tenso e repetitivo em suas afirmações.
Os policiais relataram que a própria família da mãe de Joaquim, Natália Mingoni Ponte, 29, desconfiou do comportamento de Longo.
O fato de o portão estar trancado durante a madrugada, conforme depoimento do próprio padrasto, e de o muro da casa ser alto, levantou ainda mais as suspeitas dos policiais contra Longo.
GRAVAÇÃO
A PM decidiu, então, gravar uma conversa entre Natália e o marido sem que eles percebessem. O sargento João Augusto Brandão colocou um gravador sob um edredom, no quarto do menino, quando o casal estava sozinho.
Na gravação, o padrasto tenta confundir a mulher, que faz perguntas sobre o que aconteceu com Joaquim e pede pela presença do filho.
De acordo com o sargento, a gravação foi feita com autorização da corporação, mas não terá validade jurídica, segundo o promotor Marco Tulio Alves Nicolino.
O áudio foi entregue ao delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que apura o caso, na quarta-feira (27).
De acordo com o soldado Ricardo Boltelet, que atendeu a ocorrência, a PM tenta entregar a gravação desde o dia da prisão temporária. "Não entregamos antes porque não havia solicitação do delegado", afirmou o PM.
O delegado não falou com a imprensa nesta quinta-feira (28).
Folha não conseguiu ouvir o advogado de Longo, Antônio Carlos de Oliveira. Anteriormente, ele negou a participação de seu cliente no sumiço e morte do menino.

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