Após acidente esquiando, Laís não mexe braços nem pernas

Há algumas horas torcíamos para que a informação que corria à boca pequena não fosse verdade. Mas é. Lais Souza corre o risco de ficar tetraplégica depois de se chocar contra uma árvore enquanto esquiava numa estação em Salt Lake City, nos Estados Unidos.
São 4h da manhã e o boletim médico chegou agora de pouco. “Lais está acordada, segue comandos, mas não pode mover seus braços e pernas neste momento e está com o auxílio de ventilação mecânica para respirar.” Era tudo que não queríamos ler.

O Comitê Olímpico Brasileiro já tinha a informação sobre este quadro. Durante toda a terça-feira, tentei falar com Josi Santos, outra ex-ginasta que participou com Laís de todo o processo de aprender a esquiar e tentar se classificar para os Jogos Olímpicos de Inverno num intervalo de seis meses. Josi, porém, estava claramente abalada.

Pediu para que eu não perguntasse nada para ela. E para que ninguém mais ligasse para ela. “Eu estou muito mal”, disse. Respeitei o pedido.
Josi provavelmente sabia do estado da amiga, com quem esteve durante 24h em praticamente todos os dias dos últimos seis meses. Ela estava esquiando com Laís quando o acidente aconteceu. Foi num treino de esqui, não de saltos. Laís se chocou contra uma árvore. Usava capacete, segundo o COB.
“Lais terá uma longa recuperação à sua frente. Neste momento, não podemos prever como será seu prognóstico em longo prazo. Ela está recebendo cuidados médicos excelentes e sua equipe médica está fazendo tudo para que ela tenha a melhor recuperação possível”, disse o médico do COB, Antonio Marttos, via assessoria de imprensa.
A ex-ginasta se machucou na segunda-feira à noite. Assim que o COB tomou conhecimento da gravidade, mandou Marttos, baseado na Universidade da Miami, para Utah. Ele chegou na terça à noite e realizou diversos exames. O boletim médico, que deveria ser divulgado às 0h, saiu quase 3h.
Até o começo da noite, a família de Lais não sabia da situação da atleta. Provavelmente tinha ideia do que estava acontecendo, mas os médicos americanos, por código de ética, não passam informações por telefone nem para amigos. Só pessoalmente, para a família. Foi necessário Mattos chegar lá para que o comunicado fosse expedido.
“Neste momento, ela está sendo tratada na Unidade de Terapia Intensiva Neurológica do Hospital da Universidade de Utah, em Salt Lake City. Lais sofreu um trauma severo na coluna cervical. De acordo com a equipe médica, Lais foi submetida a tratamento cirúrgico para realinhar a coluna cervical.Está sendo cuidada pela Dra. Holly Ledyard, neurointensivista, e pelo Dr. Andrew Dailey, neurocirurgião, ambos da Universidade de Utah”, diz a nota do COB.
“O doutor Barth Green, reconhecido mundialmente como autoridade no assunto e que também trabalha no Hospital da Universidade de Miami, está acompanhando, através da telemedicina, o pós-operatório de Lais”, explica a nota do COB.

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