Caixa preta não armazenou dados sobre acidente no Itaquerão

Odebrecht anunciou que fabricante do equipamento não fez a leitura dos dados de operação do guindaste


O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A Odebrecht, empresa responsável pela construção da Arena Corinthians, anunciou nesta terça-feira que a empresa Liebherr, fabricante do guindaste que caiu na fachada leste do estádio no dia 27 de novembro de 2013 e matou dois operários, alegou que a caixa preta do equipamento não armazenou nenhum registro do dia do acidente.
A empresa alemã enviou o comunicado ao Ministério do Trabalho e Emprego, que repassou o documento à Odebrecht. No início de dezembro, a Liebherr levou à Alemanha a caixa preta a fim de fazer a leitura dos dados de operação e funcionamento do guindaste. O dispositivo deveria registrar todas as etapas da operação. De acordo com a Odebrecht, os registros da caixa-preta "poderiam esclarecer se houve eventual erro humano, e/ou eventual falha do equipamento e/ou eventual anomalia no comportamento do solo naquela operação de içamento da última peça da cobertura do estádio".
Em nota, a construtora cobra esclarecimentos da Liebherr e se exime de qualquer responsabilidade. "A Odebrecht espera, assim, que o fabricante venha a público prestar esclarecimentos técnicos a respeito do ocorrido, bem como dar a devida satisfação às famílias das vítimas, à sociedade brasileira e às autoridades que investigam o acidente."
Dois meses após o acidente, o inquérito que investiga as causas do acidente ainda não foi concluído e não tem prazo para acabar. A Polícia Civil já ouviu bombeiros, defesa civil, engenheiros, técnicos da Odebrecht e o motorista do guindaste, mas ainda deve interrogar mais pessoas. Previsto inicialmente para ser inaugurado até 31 de dezembro, a Arena Corinthians só deve ser entregue em 15 de abril.

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