Rede critica governo Alckmin e fala em práticas com 'traços ditatoriais'

Nota questiona atuação da polícia em protesto contra a Copa no último sábado em São Paulo


O Estado de S. Paulo
A Rede Sustentabilidade, partido que ex-ministra Marina Silva tentou criar, repudiou a ação da polícia durante o protesto contra a Copa do Mundo, realizado no último sábado em São Paulo, e disse que a forma com que o governo do tucano Geraldo Alckmin lida com as manifestações lembra práticas com "traços ditatoriais".
São Paulo. Cerca de 128 são detidos pela polícia em protesto - Paulo Saldaña/Estadão
Paulo Saldaña/Estadão
São Paulo. Cerca de 128 são detidos pela polícia em protesto
As duras críticas a Alckmin acontecem no momento em que o grupo de Marina pressiona o PSB de Eduardo Campos a desistir da aliança com os tucanos no Estado e articula o lançamento de candidatura própria ao governo.
A nota foi publicada na terça-feira, 28, no site da Rede e lembra o caso de Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, baleado por policiais militares em Higienópolis depois do protesto. Segundo o texto, o episódio acende "imediatamente o sinal de alerta quanto às diretrizes políticas do Estado no trato com as manifestações de rua".
"É preciso refutar essa prática, de traços ditatoriais, do governo Alckmin, que caracteriza-se por abusar da violência contra manifestantes, agredindo de forma inequívoca o estado de direito e a cidadania. O atentado contra a vida do jovem Fabrício enfraquece a vida de nossa democracia incompleta", diz o texto assinado pela Executiva da sigla.
A nota também defende que os responsáveis "criminais e políticos" sejam punidos e diz que o princípio da "não-violência" deveria ser adotado pelas forças policiais de todo o País.
Incidente. Também na terça, Alckmin classificou como "incidente" o fato de Fabrício ter sido baleado após participar das manifestações, mas disse que a polícia iria atuar sempre para evitar depredações nesses casos. A assessoria de comunicação do Palácio dos Bandeirantes disse, nesta quarta, que o governo não iria se manifestar sobre a nota da Rede.
A Polícia Militar abriu um inquérito para apurar as circunstâncias em que o manifestante foi atingido. A versão da secretaria estadual de Segurança Pública é que os policiais agiram em legítima defesa pois Fabrício portava um estilete e "material explosivo".
Itamaraty. Em agosto do ano passado, Pedro Piccolo, membro da Executiva Nacional da Rede, pediu afastamento do cargo após ter sido acusado de participar dos atos de vandalismo que depredaram o prédio do Itamaraty, durante os protestos de junho. Em nota divulgada na época, a Rede afirmou que repudiava "todas as formas de violência" durante as manifestações.

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