Funcionários deixam a CBA após 35 horas


Trinta e cinco horas foi o tempo que aproximadamente 600 funcionários permaneceram retidos no interior da fábrica integrada da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), situada em Alumínio. O grupo iniciou o trabalho às 22h de terça-feira, deveria sair do serviço às 6h de quarta-feira, mas foi liberado somente às 9h de ontem após o fim da greve organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Mairinque e Alumínio. 

O presidente do sindicato, Antônio Piassentini, mais conhecido como Bimbão, explica que a greve foi encerrada para "libertar" os funcionários. "A empresa ameaçava esses trabalhadores lá dentro. Diziam que, se saíssem, seriam mandados embora", comenta. 

A assessoria de imprensa da CBA diz que nenhum funcionário foi obrigado a permanecer na fábrica durante esse período. Além disso, foram dadas todas as condições para a permanência dos operários no local de trabalho. 

A paralisação dos funcionários da CBA de Alumínio teve início às 7h de terça-feira. Os operários cruzaram os braços motivados pelo não cumprimento do acordo de participação nos lucros e resultado (PLR) de 2013. 

De acordo com Bimbão, o alto escalão da CBA não abriu negociação com o sindicato. "Encerramos a greve sem conseguir o nosso objetivo, mas nada impede que ocorra uma nova paralisação", diz. "Não vamos desistir", completa. 

Durante o período da greve, integrantes do sindicato permaneceram na porta da empresa para impedir a entrada de funcionários. Na tarde de anteontem, a CBA havia conseguido uma liminar na justiça para o acesso de caminhões. "Mas vimos um helicóptero decolar e pousar umas dez vezes lá dentro, provavelmente para transportar funcionários", diz Bimbão. 

Os funcionários retidos na empresa durante 35 horas começaram a sair logo após o anúncio do fim da greve. Alguns deixaram o local com cobertores debaixo do braço. Um deles, que não quis se identificar com medo de represália, contou que houve uma ameaça velada de demissão por parte da chefia — caso alguém deixasse o trabalho no interior da CBA. 

Segundo ele, a primeira refeição foi dada às 3h da manhã de quarta-feira — cinco horas depois do início do turno de trabalho. "A segunda só chegou às 15h", relata. "A gente dormia em colchão, onde dava", explica. 

Outro operário da CBA, que também deixou o local após a greve, disse não ter recebido qualquer ameaça da chefia. "Quem quisesse ir embora poderia sair", diz. 

O sindicato deflagrou a greve pois queria a execução do acordo do PLR firmado em maio do ano passado. Ele previa o pagamento de 2,75 vezes o valor do salário de cada funcionário. A CBA teria decidido pagar somente 1,96 vezes, com a alegação de que não teria atingido algumas metas. 

A empresa informou que o PPR é apurado com base nos resultados das metas, informadas mensalmente aos empregados. O pagamento da primeira parcela foi realizado em julho de 2013 e o valor restante será pago no dia 28 de fevereiro de 2014.

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