Primo de Gabrielli é demitido da Petrobrás

José Orlando Azevedo foi presidente da Petrobrás America entre 2008 e 2012, período em que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi questionada judicialmente pela estatal


Antonio Pita - Agência Estado
A Petrobrás demitiu o engenheiro José Orlando Azevedo, ex-presidente da Petrobrás America entre 2008 e 2012, período em que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi questionada judicialmente pela estatal. A refinaria era controlada pela subsidiária. A demissão de Azevedo aconteceu na quinta-feira, 27, um dia depois de oEstado revelar que ele era primo do ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. Atualmente, ele ocupava o cargo de diretor comercial da Transportadora Associada de Gás (TAG).
Azevedo estava à frente da subsidária durante o processo que resultou no pagamento de US$ 820 milhões pela Petrobrás para aquisição da refinaria de Pasadena. Funcionário de carreira, ele foi indicado ao cargo por Gabrielli, mas foi substituído em 2012, logo após a posse da atual presidente da estatal, Graça Foster. Desde então, ele ocupava a diretoria da subsidiária de gás. 
A demissão foi revelada pelo jornal O Globo deste sábado. Em nota, a Petrobrás confirmou o fato, que classificou como uma "mudança rotineira". "A substituição do Sr. José Orlando Azevedo foi uma mudança de caráter gerencial rotineira. Junto com essa substituição, na mesma pauta, foram aprovadas mais oito alterações e reconduções", diz o comunicado.
Esta é a segunda demissão na diretoria das subsidiárias da Petrobrás em duas semanas. No dia 21 de março, Nestor Cerveró, diretor da área internacional da estatal na época da compra da refinaria de Pasadena, também foi exonerado do cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, que ocupava desde 2012. Ele também havia sido afastado da área internacional da Petrobrás pela por Graça Foster em 2012.
Cerveró é apontado como articulador da aquisição da refinaria de Pasadena e autor do "resumo executivo" apresentado ao Conselho de Administração da Petrobrás, em 2006, para embasar a avaliação da compra. A presidente Dilma Rousseff classificou o relatório como "falho" e "incompleto" ao justificar o seu aval à compra da refinaria que custou, ao todo, US$ 1,2 bilhão à estatal.
A compra da refinaria está sendo investigada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, pelo Tribunal de Contas da União há pelo menos um ano. A Petrobrás, entretanto, só abriu auditoria interna para apurar as denúncias na última segunda-feira, dois anos após as primeiras denúncias de irregularidades no negócio. Outro articulador da aquisição, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, está preso desde o dia 20 de março. Ele foi citado nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, suspeito de receber propina em um esquema que desviou R$ 10 bilhões. 

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