Promotoria quer evitar que médico acusado de matar filho se desfaça de patrimônio que seria do garoto para pagar defesa
Lucas Azevedo - O Estado de S. Paulo
PORTO ALEGRE - A Justiça do Rio Grande do Sul determinou o bloqueio dos bens do cirurgião Leandro Boldrini, de 38 anos, suspeito de assassinar o próprio filho, Bernardo Boldrini, de 11. Além do médico, sua mulher, Graciele Ugolini, de 32 anos, e a assistente social Edelvania Wirganovickz, de 40, estão presas acusadas de participação no crime.
Dinamárcia protocolou também uma medida cautelar protetiva, para que Boldrini e Graciele percam a guarda da filha, de um ano e seis meses. "A criança está transitando pelas casas dos familiares sem que a Justiça tenha sido comunicada para regularizar a situação", explica a promotora. "Se algo acontecer com ela, o Estado poderia ser responsabilizado, porque segregou os pais e não tomou providências sobre a guarda."O pedido foi feito pela promotora da Infância e Juventude da cidade gaúcha de Três Passos, Dinamárcia Maciel de Oliveira. "O MP quer evitar que Broldrini possa vir a se desfazer desses bens (que Bernardo teria direito, já que era herdeiro) para pagar a própria defesa. Entendemos que é imoral que isso aconteça. A vítima não pode financiar a defesa de seu algoz."
Dinamárcia acredita que, mesmo que o casal seja posto em liberdade durante o processo, não é seguro para a menina permanecer sob o cuidado dos dois.
Nesta sexta-feira, 25, a Polícia Civil concluiu que Bernardo já estava morto quando ele foi enterrado. Conforme análise do Instituto-Geral de Perícias, não foram encontrados vestígios de terra na traqueia e nos pulmões. Isso significa que ele não respirou mais depois que seu corpo foi jogado na cova, feita às margens do Rio Mico, no município de Frederico Westphalen.
0 Comentários