Funcionários administrativos do CHS entram em greve


Sabrina Souzasabrina.souza@ jcruzeiro.com.br
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Pelo menos cem funcionários do setor administrativo do Conjunto Hospitalar de Sorocaba estão em greve desde a tarde de ontem, após deflagrado o movimento pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde). A paralisação deve aumentar a partir de hoje, quando está prevista a adesão dos setores técnicos, como enfermagem, radiologia e ambulatórios, além do Departamento Regional de Saúde (DRS) 16. Dentre os motivos da paralisação, está o não pagamento do reajuste da bonificação trimestral, resultado da campanha salarial da categoria que estava previsto para ocorrer este mês. As reivindicações da classe serão tema ainda de uma passeata, organizada pelos trabalhadores para acontecer na manhã de hoje.

Os funcionários estavam em estado de greve desde a última sexta-feira, quando a direção do CHS foi informada da paralisação. Conforme divulgou o Sindsaúde, o funcionamento das áreas técnicas foi mantido ontem devido aos atendimentos já agendados, mas os setores já informaram que irão parar a partir de hoje. O sindicato ressalta também que o movimento seguirá a lei, ou seja, 30% do efetivo permanecerá trabalhando e o pronto-atendimento não deixará de funcionar. A Secretaria de Saúde do Estado informou, por meio de nota enviada ontem à imprensa, "que não houve prejuízos ao atendimento à população, que continua normalmente".

A greve foi iniciada devido ao não pagamento da segunda etapa do reajuste na bonificação, concedida aos funcionários da saúde a partir de uma avaliação de desempenho feita trimestralmente, com valores que variam de R$ 300 a R$ 500 de acordo com cada função. Segundo a diretora regional do Sindsaúde, Luciane Vieira, esse acréscimo passou a ser feito no mês passado, quando 30 mil trabalhadores foram beneficiados. De forma escalonada, esse reajuste atingiria todos os 80 mil funcionários da rede estadual de saúde e a outra etapa deveria ser paga este mês. O pagamento chegou a constar no holerite on-line e no extrato bancário para depósito, mas a informação sumiu do sistema na última sexta-feira.

Ainda conforme o sindicato, a informação passada pelo Governo do Estado é de que o problema teria ocorrido, inicialmente, por uma falha no sistema. Depois, a justificativa foi de que haveria uma incorreção no processamento do holerite e que não haveria o pagamento adicional. Diante dessas informações, que segundo o Sindsaúde "não convenceram", a classe optou pela paralisação, que só terá fim caso sejam efetuados os pagamentos faltantes. 

Além desse fato, Luciane reforça que a greve reflete o descontentamento da classe com a falta de negociação quanto aos demais itens da campanha salarial, que incluem reposição das perdas salariais de 41%, aumento real de salários de forma linear, reajuste no tíquete-alimentação, passando dos atuais R$ 8 para R$ 31 e pagamento imediato das progressões.

Alegando estar à disposição do sindicato para discutir essa e outras questões, a Secretaria de Saúde comunicou estar "acertando os últimos detalhes burocráticos e técnicos para efetivação total da folha de pagamento dos funcionários administrativos". Em relação ao aumento de vale-refeição, a pasta informou que a pauta está em discussão na Secretaria de Gestão Pública e a definição sairá por essa secretaria. (Supervisão: Admir Machado)

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