Sorocaba registra 10 novos casos da doença este ano

Secretaria da Saúde informa que 23 pessoas estão diagnosticadas no município


Guilherme Maganhato
guilherme.maganhato@jcruzeiro.com.br 

programa de estágio 

Um boletim médico divulgado pela Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES) informou que, atualmente, 23 pessoas estão diagnosticadas com hanseníase na cidade. Desse número, dez foram diagnosticadas este ano. A Prefeitura não divulgou quantos foram diagnosticados no ano passado. 

A doença é infecciosa e considerada pela Secretaria da Saúde de evolução lenta. É causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, e se manifesta principalmente na pele, com sinais e manchas na região dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. A bactéria causa lesões na região infectada e, em casos mais graves, atinge os nervos e a movimentação do corpo. Esses sintomas podem se manifestar por até sete anos, de acordo com a SES. 

O diagnóstico é realizado através de exame e análise da história e condições de vida do paciente. A doença ainda tem duas classificações de seriedade, com base da quantidade de bactérias: paucibaciliar (PB) para quantidade baixa de bactérias e multibacilar (MB) para os casos mais graves. Esses últimos são considerados casos com potencial de contágio. 

A transmissão da doença acontece quando um paciente em estágio contagiante da doença e que não está em tratamento, elimina a bactéria através de vias respiratórias, como secreções nasais, tosse ou espirro por exemplo. De acordo com a SES, no entanto, é preciso que o contato com o doente seja prolongado para que o contágio aconteça. 

Segundo um balanço realizado pela SES, dos dez diagnósticos deste ano, nove são MB e um PB. A secretaria divulgou ainda uma relação de tratamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs): no Laranjeiras e no Paineiras são três, as unidades Escola, Vila Fiori, Lopes de Oliveira, Nova Sorocaba e Ulisses Guimarães têm dois pacientes cada e as unidades Aparecidinha, Barcelona, Cajuru, Vila Haro, Mineirão, Vila Santana e Vitória Régia têm um. 

Com o intuito de prevenir e conscientizar sobre a doença, a SES montou ontem, na praça Coronel Fernando Prestes, no Centro, uma barraca com informações. Uma equipe composta por enfermeiros, técnicos, e estudantes abordou quem passou por ali entre 8h e 16h, explicando sobre a doença e realizando eventuais exames. De acordo com Uiara Kaizer, coordenadora do programa de combate à hanseníase da SES, o que preocupa a secretaria é o desconhecimento da doença. "Muitas pessoas acham que a hanseníase não existe, que não sabem o que é. Muitos até têm sintomas da doença. Outros ainda não sabem que a doença tem cura. Por isso é muito importante divulgar a informação", afirma. 

Foi o que aconteceu com José Audiz Gonçalo, 66 anos. O aposentado nada sabia sobre a doença, e procurou um médico quando as manchas que tinha pelo corpo começaram a inchar e doer. Só então, descobriu que tinha hanseníase. "Fiz tratamento entre 2002 e 2008. Era muito ruim, mal conseguia andar. Hoje estou bem melhor", afirma. 

Sandro Cardoso Silva, 38 anos, também não conhecia a doença e resolveu fazer o exame quando ficou sabendo dos sintomas, por causa de uma mancha que tem no corpo. "Quis tirar a dúvida, ainda bem que não era nada. Mesmo assim, alguém que não conhece pode ter, então é sempre bom se cuidar", ressalta. A dona de casa Sueli Aparecida de Souza, 57 anos, também foi ao médico por causa de manchas no corpo, mas foi tranquilizada. "O médico disse que não é nada, mas é bom ficar de olho. Pelo menos agora eu sei o que é a doença". A barraca ficou instalada até às 16h. Para mais informações, basta procurar a UBS mais próxima. 

(Supervisão: Adalberto Vieira)

Números por 
unidade de saúde

Aparecidinha 1
Barcelona 1
Cajuru 1
Escola 2
Fiori 2
Haro 1
Laranjeiras 3
Lopes 2
Mineirão 1
Nova Sorocaba 2
Paineiras 3
Santana 1
Ulisses Guimarães 2
Vitória Régia 1

Total 23

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