Mulher teve traumatismo craniano após agressão em São Roque (SP).
Comerciante foi preso e vai responder por tentativa de homicídio qualificado.
A família de Anderson Lúcio de Oliveira, preso após agredir com uma cotovelada a auxiliar de produção Fernanda Regina Cézar Santiago em São Roque (SP), falou pela primeira vez sobre a agressão nesta segunda-feira (25). Segundo Amilton de Oliveira, irmão do comerciante, a família toda está chocada com o que aconteceu: "Ele chora muito. Pediu para gente ver com a família dela tudo o que precisar, porque ele não é esse monstro que estão falando que ele é. É um trabalhador".
Anderson está detido desde o dia 19 na cadeia pública da cidade e vai responder inquérito por tentativa de homicídio qualificado. Fernanda sofreu traumatismo craniano e segue internada no Hospital Regional de Sorocaba.
A cunhada de Anderson, Cristiane da Cunha, esposa de Amilton, acha que, naquele momento, ele não pensou no que estava fazendo. "Ele é uma pessoa calma. Foi um choque para nós e, pelas informações dos advogados, ele também está muito chocado e arrependido do que fez", disse Cristiane.
Segundo o irmão de Fernanda, Eduardo Cézar, os dois são conhecidos e se encontraram ocasionamente na festa realizada pela casa noturna no fim de semana. Ele alega que os dois não tinham uma relação próxima.
As imagens da agressão, que ocorreu na madrugada do dia 16 de agosto, foram registradas por uma câmera de segurança de uma loja de motocicletas do outro lado da avenida onde está localizada uma casa noturna de onde eles teriam saído, na avenida Antonio Dias Bastos, no centro de São Roque.
O vídeo, que foi solicitado pela própria família da vítima ao dono do comércio, mostra Fernanda discutindo primeiro com uma pessoa vestindo uma blusa branca. Depois, ela fala com Anderson, que está de terno e com uma lata de cerveja na mão. Na sequência, o rapaz desfere uma cotovelada contra ela. Pessoas que estavam no local chamam o resgate, que chega pouco tempo depois. Anderson permanece no local, impassível. (Veja o vídeo acima).
Fernanda foi levada para o Pronto-Socorro de São Roque e depois encaminhada para o Hospital Regional de Sorocaba. Ela saiu da UTI no último sábado (23), mas continua internada e passa regularmente por exames para avaliar quais regiões do cérebro foram afetadas e quais as medidas que devem ser tomadas.
Em entrevista ao G1, o irmão de Fernanda disse que a família não consegue entender o que aconteceu. "Nós estamos indignados pelo que houve com a minha irmã. Foi uma atitude bruta, totalmente ignorante. Ninguém esperava que ele fosse reagir daquela forma e ninguém sabe ao certo qual o motivo da agressão", afirma Eduardo.Família da vítima está revoltada
O pai de Fernanda, Geraldo Cézar, ainda tenta entender o motivo que levou o comerciante a agredir sua filha. "Ela não pegou nele, não bateu nele, não fez nada nele pra levar essa cotovelada. Sinto uma revolta muito grande de ver um homem tão frio e fazer uma coisa dessas", afirma.
Investigações
Para a Polícia Civil de São Roque, o depoimento da vítima não será determinante para a conclusão do inquérito, que vai apurar o caso como tentativa de homicídio qualificado, já que a vítima não teve chances de defesa. “As imagens dizem tudo, foi quase um nocaute”, destaca a delegada responsável pelo caso, Priscila de Oliveira Rodrigues. A polícia aguarda ainda um laudo do Instituto Médico Legal (IML) e do prontuário médico, que irá relatar com detalhes todas as lesões sofridas.
Para a Polícia Civil de São Roque, o depoimento da vítima não será determinante para a conclusão do inquérito, que vai apurar o caso como tentativa de homicídio qualificado, já que a vítima não teve chances de defesa. “As imagens dizem tudo, foi quase um nocaute”, destaca a delegada responsável pelo caso, Priscila de Oliveira Rodrigues. A polícia aguarda ainda um laudo do Instituto Médico Legal (IML) e do prontuário médico, que irá relatar com detalhes todas as lesões sofridas.
A delegada também avalia se irá convocar novamente as testemunhas do fato para depor nesta semana. Na sexta-feira (22), seis pessoas prestaram depoimento na delegacia. “Todos disseram não terem visto o golpe e sim ouvido um barulho, depois disso viram a vítima caída no chão. Mas as imagens mostram claramente que houve testemunhas do golpe”, complementa a delegada. Neste caso, as pessoas ouvidas poderão responder criminalmente por falso testemunho.
Anderson de Oliveira segue preso temporariamente na Unidade Prisional de Transição de São Roque. Após a conclusão do inquérito, segundo a delegada, a prisão preventiva será solicitada à Justiça e o caso relatado ao Ministério Público.
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