Indústria da região tem superávit de 150 vagas

De acordo com o Ciesp, em janeiro foram 0,14% a mais de contratações do que de demissões
Sabrina Souza
sabrina.souza@jcruzeiro.com.br

Depois de sete meses sucessivos de desemprego, a indústria da região de Sorocaba reduziu as demissões e fechou janeiro com um superávit de 150 postos de trabalho. De acordo com o relatório mensal "Nível de Emprego Regional", do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Sorocaba), a variação entre contratações e demissões foi de 0,14%, se comparada com dezembro do ano passado. Nos últimos 12 meses, no entanto, o acumulado é de - 4,52% nas 47 cidades que compõem a regional, o que representa uma queda de aproximadamente 5.600 postos de trabalho. 

Dentre os setores com maior presença na indústria da região, os que mais influenciaram o nível de emprego com variação positiva foram a confecção de artigos do vestuário e acessórios (1,54%), produtos químicos (1,20%), produtos de borracha e de material plástico (0,81%) e veículos automotores e autopeças (0,77%). Por outro lado, apresentaram quedas os ramos da metalurgia (- 2,09%), produtos alimentícios (-1,29%) e produtos de minerais não metálicos (- 1,16%).

Apesar do resultado demonstrar que o índice de emprego na indústria se manteve praticamente estável de um mês para o outro na região, o cenário ainda se apresenta melhor do que o registrado no Estado de São Paulo. Conforme aponta o relatório, a indústria paulista demitiu mais do que contratou em janeiro, gerando uma variação de - 0,38% - nível que ficou abaixo da média histórica do período, ocasião em que é comum serem abertas cerca de quatro mil vagas.

Superávit

De acordo com o vice-diretor regional do Ciesp, Erly Domingues de Syllos, o resultado local é considerado positivo pois "o nível de emprego deixou de cair". Isso significa, afirma, que a indústria da região deixou de demitir como estava fazendo nos sete meses anteriores. "Depois de um fim de ano com muitos postos de trabalho fechados, em janeiro muitas empresas retomaram suas atividades", explica. 

Conforme avalia, principalmente em Sorocaba, existem muitas empresas do ramo automotivo, que se inserem na cadeia produtiva dos veículos. "Mas as montadoras estão com o estoque alto, seja no pátio ou nas concessionárias, e isso causa uma redução na produção", aponta. 

Apesar disso, ele ressalta que as demissões tiveram queda por conta do "efeito Toyota", já que muitas fornecedoras acompanharam o anúncio da empresa de que irá aumentar a capacidade de produção na planta de Sorocaba e gerar mais 400 vagas de trabalho. "Elas precisam se preparar para atender essa demanda", analisa. 

O vice-diretor do Ciesp ressalta, no entanto, que essa é uma situação pontual e que o cenário para o setor continua sendo de cautela. "As altas nos custos com energia e combustíveis fazem com que a perspectiva seja de um ano tão ruim para o setor quanto 2014", finaliza. 

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