Moradores criticam abandono após chuva no Pantanal

Ruas do Jardim Romano, zona leste, estão alagadas

Eliane Almeida

do Agora
Cerca de 300 casas da Vila Itaim (zona leste de São Paulo) ainda estão alagadas após as águas do rio Tietê subirem por causa da chuva da última segunda-feira.
Depois de três dias, os moradores reclamam do abandono da prefeitura governo e temem que a água suja possa transmitir doenças.
O bairro, que faz parte do Jardim Pantanal, já sofreu alagamentos semelhantes em 2009 e 2012.
Ontem, um caminhão drenava a água, mas o nível caiu apenas um centímetro, segundo a prefeitura.
A costureira Marli Almeida da Silva, 53 anos, diz que o sentimento é de revolta.
"Estamos abandonados. A água fica cada vez mais com cheiro ruim. Pedi um desinfetante para poder jogar na casa e um colchão para minha neta dormir, mas só mandam a gente esperar. Todo mundo está aqui: bombeiros, polícia, Defesa Civil, menos a ajuda de fato, na prática.
O coordenador da defesa civil de São Miguel, Pedro Ivo, disse ontem que a prefeitura deve iniciar hoje a distribuição de colchões, cestas básicas e um litro de cloro para cada família atingida pela enchente.
"Tentamos levar os moradores para um abrigo desde terça-feira, mas eles não vão por insegurança. Não têm coragem de deixar as casas sozinhas", disse ele.
O subprefeito de São Miguel Paulista, Adalberto Dias de Souza, disse que o auxilio só pôde ser levado após o cadastramento das casas alagadas.
"Ontem [terça-feira] conseguimos cadastrar todos. Com a lista em mãos, temos o número certo de casas para que não haja injustiça", afirmou. Segundo ele, a partir de hoje, botes farão o transporte dos moradores. "Quem for trabalhar deve agendar o horário e endereço no trailer da Defesa Civil", diz.

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