Sorocaba é a 12ª melhor cidade do País para se investir em imóveis, diz estudo


Sabrina Souza


Sorocaba é considerada a 12ª melhor cidade do País para se investir no ramo imobiliário, de acordo com um estudo desenvolvido pela consultoria Prospecta Inteligência entre os meses de junho de 2014 e janeiro deste ano. O levantamento que resultou no ranking analisou a demanda por imóveis dos municípios com menos de 1 milhão de habitantes, ou seja, foram incluídos 94% dos municípios brasileiros, excluindo-se assim as capitais, que já estão com o mercado saturado. Para entidades locais ligadas à construção civil, o setor deve se estabilizar depois do momento atual, que reflete o cenário econômico do Brasil, e os atrativos de Sorocaba irão contribuir para que o mercado de imóveis volte a ficar aquecido.

O estudo foi desenvolvido por economistas, técnicos estatísticos e demógrafos e se concentrou na população economicamente ativa (entre 20 e 49 anos), aquela que possui maior influência na compra de imóveis. De acordo com o pesquisador Cristiano Rabelo, no total foram observadas doze variáveis, que incluem o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios, renda per capita, taxa de urbanização, déficit imobiliário, áreas disponíveis para empreendimentos, empresas atuantes e índice de migração, entre outros. "O setor normalmente direciona seus investimentos com base na oferta, ou seja, o que e por quanto está sendo vendido. Nós optamos por avaliar a demanda, suas características e sua capacidade de pagamento", explica.

Conforme explica o pesquisador, todos esses fatores combinados resultaram em uma escala que vai de zero a um, para a qual Sorocaba recebeu a pontuação 0,69. A cidade foi classificada como sendo de ótimo potencial para investimentos imobiliários de alto, médio e baixo padrão no ranking, que é liderado por São Bernando do Campo (SP). No Estado de São Paulo, a cidade ficou atrás ainda de Santo André, Osasco, Ribeirão Preto e São José dos Campos. Outros quatro municípios da região aparecem na lista, porém em posições mais baixas: Itu (128ª posição), Salto (176ª), Votorantim (185ª) e Itapetininga (192ª).

Em Sorocaba, segundo a Associação dos Corretores e Empresas Imobiliárias de Sorocaba (Aceiso), atualmente existem investimentos em todas as regiões da cidade, sobretudo nas regiões sul, leste e oeste. Também há lançamentos na região norte, onde estão as maiores áreas para os empreendimentos. Conforme estima o presidente da entidade, Harley Assumpção Mena, os apartamentos residenciais estão com valores que variam de R$ 3 mil a R$ 4 mil o metro quadrado, porém os preços podem variar de acordo com o padrão do prédio e os benefícios oferecidos aos moradores, como piscinas e outras área de lazer.


Reflexo da economia


Embora as perspectivas apontadas pelo estudo sejam boas, o mercado imobiliário de Sorocaba não vive um momento tão bom quanto o dos últimos quatro anos, quando a oferta de crédito aumentou a demanda por imóveis, gerando uma alta nos preços. A instabilidade econômica e a alta nos juros são apontadas como os fatores responsáveis por aumentar a cautela do consumidor. "A incerteza em relação ao emprego faz com que as pessoas evitem se comprometer com financiamentos longos, que no caso da habitação pode chegar a 30 anos", afirma o sub-delegado do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), Iwal Kayawe.

Com isso, avalia o representante do Creci, a oferta está maior do que a procura - em decorrência dos projetos que estavam em andamento e estão sendo entregues agora - e o preço do metro quadrado tende a cair. Para Harley, no entanto, o mercado está se adequando, já que antes havia mais demanda por financiamentos imobiliários do que se oferecia. A tendência, segundo ele, é de que essa "balança" se mantenha em equilíbrio daqui para a frente. "Inclusive por conta dos programas habitacionais do governo e do crédito disponibilizado pela Caixa Econômica Federal (CEF), que esse ano será maior ", acrescenta.

O diretor regional do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi - Sorocaba), Guido Cussiol Neto, aponta que o mercado imobiliário de Sorocaba possui um potencial maior do que o que está sendo explorado hoje. De acordo com ele, mesmo no atual cenário e com a grande oferta disponibilizada nos últimos anos, ainda há demanda no setor, sobretudo nos residenciais para pessoas de renda média. "Porém em relação às salas comercias, é possível observar que já há uma estabilidade, pois é um ramo mais diretamente afetado pela economia", pondera.

Conforme analisa, a cidade está inserida em um polo desenvolvido, que oferece estrutura de serviços e estradas e que favorece a proximidade com a capital paulista. "Esse conjunto de fatores, aliado à geração de empregos pelas indústrias que aqui estão instaladas e tendem a se instalar, acaba por atrair novos moradores que, por consequência, irão buscar um imóvel", diz. Além disso, segundo ele, o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Físico-Territorial (promulgado no último dia 16 de dezembro) ampliou as possibilidades de investimentos. "Muitas áreas de chácaras foram transformadas em zonas urbanas", justifica.

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