Pinos também estão em falta no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (SP).
Secretaria de Saúde informou que trabalha para resolver os problemas.
Vários pacientes do setor de ortopedia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (SP) que precisam de próteses, pinos ou qualquer tipo de implante esperam há meses pela cirurgia. A demora tem uma razão: essas peças, que visam corrigir ou substituir ossos, estão em falta na unidade.
Com uma câmera escondida, a TV TEM teve acesso ao quarto de uma menor que está internada no local desde o dia 2 de abril. Sem conseguir parar em pé, ela foi levada para o CHS para a implantação de pinos no quadril. Porém, a cirurgia já foi adiada três vezes, segundo a família. "Eles pedem as peças e o Estado não manda. Ainda não foi feita a compra desses pinos, então não tem previsão de quando será feita a cirurgia", conta a mãe da menina, Maria Aparecida Pedroso.
Ela não se conforma com a situação e diz que a demora prolonga o sofrimento da filha. "Ela está sempre deitada de costas, não pode virar de lado e não pode sentar. Tem dia que ela chora de 'nervoso', porque só fica deitada, em uma posição só", lamenta Maria Aparecida.
Indignada, a família apelou para a Justiça e conseguiu uma liminar. "A juíza de Votorantim deu liminar para cumprir em 10 dias, mas a diretora do hospital não cumpriu. Pedimos uma nova liminar e a juíza deu 48 horas para cumprir sob pena de prisão. Essas 48 horas já acabaram na sexta-feira (24) e, até agora, não cumpriram", explica o advogado da família, Fábio Lugari Costa.E esse não é o único caso no CHS. José Carlos Gomes, de 70 anos, vive um drama parecido: ele está há cerca de 70 dias internado para substituir uma prótese no quadril esquerdo. Segundo a família, o hospital informou que a peça está em falta. "Os médicos não dizem nada, só dizem que não tem a prótese, que ela está sendo comprada. Nós acompanhamos o pregão e não vemos nenhum andamento", afirma o genro do idoso, Adeilton dos Santos.
A filha de José Carlos, Jociane de Oliveira, não aceita as explicações do hospital. "Era só para a troca de uma prótese, que eu acredito que o hospital deveria ter. Era para ter, porque, se chega alguém 'quebrado' aqui, numa urgência, o que eles fazem? Vão comprar, vão fazer a licitação, vão fazer pregão, que é o que eles falam? Vai demorar quanto? É o que está acontecendo com o meu pai. A pessoa morre, depois vem a prótese", ironiza Jociane.
Durante a reportagem, a equipe da TV TEM presenciou o transporte do idoso, que, devido a complicações, estava na UTI. Ele precisou fazer exames e foi levado de ambulância para outro ponto do mesmo prédio, porque o elevador estava quebrado e não havia rampa para facilitar a passagem da maca.
A assessoria de imprensa do CHS informou que já fez um pregão eletrônico para comprar a prótese de José Carlos, mas que não houve empresas interessadas em vender o produto. Um novo pregão está marcado para esta semana e a previsão é que a cirurgia seja marcada para os próximos dias.
Sobre a liminar que a família conseguiu e que não foi cumprida, o hospital informou que está ciente e que está tomando as providências para agilizar o atendimento do idoso e de outros pacientes.
Sobre a liminar que a família conseguiu e que não foi cumprida, o hospital informou que está ciente e que está tomando as providências para agilizar o atendimento do idoso e de outros pacientes.
Sobre a cirurgia da menor, o CHS informou que o pregão para compra do material também será feito esta semana, mas não se manifestou sobre o porquê da demora. Já sobre o elevador, o hospital negou que estivesse quebrado, e disse que o transporte feito na ambulância é um procedimento padrão.
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