Orçamento 2018 São Roque : corte no custeio e em material de consumo (-46%), baixo crescimento do gasto com pessoal e aumento dos investimentos







O Governo municipal enviou  e vamos mostrar o s principais números e problemas. Na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2018, vemos que a previsão de inflação é negativa em 0,6% e uma queda do PIB paulista de mais de 10%. Estas previsões são importantes, pois são a base da previsão do crescimento da receita e da despesa  no orçamento, e tudo indica que deveriam ter sido revistas. Tanto o governo federal como o paulista trabalha com um cenário mais favorável, tendo 4,2% de inflação  e crescimento do PIB de 2%.
O prefeito Municipal na mensagem aponta a existência de um “cenário ainda mais restritivo para o próximo ano, em que a economia brasileira parece não evoluir, apresentando baixo crescimento econômico e elevação do nível geral de preços”, como se observa esta visão do Poder Executivo se quer  dialoga com a previsão da LDO.
Desta forma, estas previsões redundaram em um crescimento de 1,32% da receita e de 3,39% da despesa frente a o ano anterior.
Receita:
Principais quedas:
A receita  corrente apresenta queda de R$ 5,18 milhões, puxada pela queda da receita patrimonial (R$ 2,18 milhões), de R$ 5,1 milhões nas transferências federais e estaduais, com destaque a redução de R$ 9,3 milhões da receita do ICMS, redução de R$ 5,5 milhões pra outras transferências correntes.A previsão de arrecadação do ISSQN apresenta queda de 9,43% ou R$ 2,5 milhões.
Por outro lado destacamos algumas elevações como da receita tributária com alta de 9%, sendo puxada pelo crescimento da arrecadação do  IPTU (+ R$ 2,6 milhões)  e de taxas (+R$ 997 mil) em  17%. As receitas de contribuições do servidores públicos crescem 27.9%. Já, as receitas de capital cresceram R4 5 milhões devido a venda ou alienação de bens.
Despesas:
O gasto de pessoal cresce apenas 1,53% ante uma inflação prevista na 
casa dos 4%.O custeio da prefeitura cairá R$ 2 milhões ou quase 1,8%.Já os investimentos aumentaram R$ 2,76 milhões ou 22,5%. A prefeitura pela primeira vez no projeta um superávit, mas não há deficit, apenas aumentou a despesa com contingência, reserva no caso de desastres naturais, de R$ 2,2  milhões para R$ 7,57 milhões.
Com a falta de uma metodologia clara de previsão da receita e da despesa, verificamos que o orçamento continuará com a marca de arrocho fiscal draconiano, com limitação severa para o crescimento de reajuste salarial e com cortes no custeio.

Orçamento
Orçamento
Variação
variação
Receita
2017
2018
Nominal
Percentual
Receita Corrente
267.329.700
262.149.500
-5.180.200
-1,94%
Tributária
56.574.500
61.657.100
5.082.600
8,98%
Contribuições
9.472.000
12.114.500
2.642.500
27,90%
Patrimonial
4.920.500
2.734.900
-2.185.600
-44,42%
Transferências Correntes
185.274.700
180.129.200
-5.145.500
-2,78%
Outras Transferências correntes
11.088.000
5.513.800
-5.574.200
-50,27%
Receita de contribuições- Intra orçamentária
10.150.000
12.989.000
2.839.000
27,97%
Dedução da Receita corrente
20.248.000
19.642.000
-606.000
-2,99%
Total- Receita corrente
257.231.700
255.496.500
-1.735.200
-0,67%
Receitas de Capital
4.002.500
9.003.500
5.001.000
124,95%
Alienação de Bens
2.500
5.003.500
5.001.000
200040,00%
Transferências de Capital
4.000.000
4.000.000
0
0,00%
Total do Orçamento
261.054.200
264.500.000
3.445.800
1,32%
Despesa
2017
2.018
variação
variação
Despesa corrente
240.952.832
241.031.500
78.668
0,03%
Pessoal
128.570.500
130.534.500
1.964.000
1,53%
Juros
99.000
220.000
121.000
122,22%
Outras Despesas   correntes
112.283.332
110.277.000
-2.006.332
-1,79%
Despesas de Capital
12.668.600
15.892.500
3.223.900
25,45%
Investimentos
12.318.600
15.088.500
2.769.900
22,49%
amortização da dívida
350.000
804.000
454.000
129,71%
Reserva de contigência
2.200.768
7.576.000
5.375.232
244,24%
Total da Despesa
255.822.200
264.500.000
8.677.800
3,39%
superávit
5.232.000,00
0,00
-5.232.000
-100,00%

Detalhando o gasto com pessoal e o custeio:
Por elemento econômico é possível um detalhamento dos gastos, no caso de pessoal, se consta crescimento de R$ 3 milhões da despesa com aposentadoria (39%) e crescimento de apenas 0,93% com vencimentos e vantagens do servidor.
Ainda chama a atenção para o gasto com material de consumo que cairá 46% ou R$ 12,4 milhões, sinalizando que a falta gritante de material continuará a ser cotidiana em toda a administração municipal.

Orçado 2018
Orçado 2017
Variação
Variação
DESPESAS CORRENTES
241.031.500
240.852.832
178.668
0,07%
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
130.534.500
128.570.500
1.964.000
1,53%
APOSENTADORIAS E REFORMAS
10.932.000
7.864.000
3.068.000
39,01%
VENCIMENTOS E VANTAGENS FIXAS - PESSOAL CIVIL
95.655.000
94.776.000
879.000
0,93%
OUTRAS DESPESAS CORRENTES
110.277.000
112.183.332
-1.906.332
-1,70%
MATERIAL DE CONSUMO
14.618.800
27.082.300
-12.463.500
-46,02%
Considerações finais:
A LDO de 2018 prevê que o prefeito tenha 10% da margem de remanejamento no orçamento, bem diferente do último
prefeito que só tinha 1%. Isto ainda pode levar a questionamentos do Tribunal de Contas que só prevê algo próximo a inflação de 4 a 5%.

Exatamente por isto, o governo municipal joga o orçamento para baixo, visando ter excesso de arrecadação, isto quando a receita arrecada é maior que a prevista. Claro que com a exceção de Educação e saúde  que tem recursos vinculados e que o mais tem de ser gasto nestas áreas, mas o prefeito tem o poder de gastar onde achar mais interessante, inclusive na educação.
Outro ponto é que a prefeitura pretende continuar com o discurso da crise para justificar os cortes que está fazendo e por isso é tão importante destacar o crescimento da receita.E ir mostrando que os cortesão uma opção política e estilo de governo.

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