Para CUT, caravana de Lula leva esperança de referendo revogatório das medidas de Temer


#LULAPELOBRASIL

Para Vagner Freitas, presidente nacional, e Bia Cerqueira, presidenta regional da central, percorrer o Brasil com essa causa é essencial para devolver o Brasil ao povo
por Redação RBA publicado 28/10/2017 13h33, última modificação 28/10/2017 14h26
RICARDO STUCKERT
Lula em Montes Claros
Multidão na Praça da Matriz em Montes Claros (MG) celebra aniversário de Lula
São Paulo – A caravana Lula pelo Brasil deixou na manhã deste sábado (28) a cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, em direção a Bocaiúva, a 50 quilômetros dali. Antes passou por projetos que demonstram a força da agricultura familiar na promoção de trabalho e renda para as pessoas do campo da cidade e para o manejo sustentável da terra. 
A comitiva visitou a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros da Região do Pentáurea (Aspropen), que reúne cerca de 120 famílias beneficiadas por programas como o Pronaf (de crédito para pequenos produtores), o PAA (de aquisição de alimentos) – que abastece o Restaurante Popular e a rede sócio-assistencial do município – e o PNAE (alimentação escolar). E conheceu técnicas simples e eficazes de irrigação por gotejamento. Em seguida, em Bocaiúva, cidade de 50 mil habitantes pertencente à região do Alto Jequitinhonha, onde promoveu ato em defesa da agricultura familiar na Praça do Mercado Municipal.
O município onde nasceu Herbert José de Sousa, o Betinho, em 1935, é também terra do deputado federal (PT-MG) e ex-ministro Patrus Ananias – ambos de trabalho reconhecido no mundo pelo combate à fome. 
A prefeita da cidade, Marisa Alves Souza (PMDB), participou da recepção e discursou. "Eu sou do PMDB, sim, mas não apoio Temer. Na nossa luta não cabem golpistas. Nossa luta é por vocês, contra todos os que querem tirar de nós tudo o que já conquistamos. Bem-vindos à nossa terra."
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Vice-prefeita Jaque viajou de Caetité (BA). A enfermeira Priscila: 'Precisamos de muitos Lulas e deste'. E a professora Celecina: 'Povo está acordando'
CLÁUDIA MOTTA/TVT/RBABocaiúva
'Sou do PMDB, sim, mas não apoio Temer. Na nossa luta não cabem golpistas', diz prefeita Marisa Alves, em Bocaiúva

Reconstrução

Desde o início da etapa mineira da caravana, em Ipatinga, no último dia 23, a necessidade de realização de um referendo em que a população seja consultada sobre a revogação das medidas do governo Temer tem se incorporado às bandeiras da caravana e os discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa esperança esteve presente em depoimentos de populares durante a festa de ontem à noite (27), na Praça da Matriz de Montes Claros. A defesa de uma política de recuperação da indústria nacional também marcou a passagem de Lula – em seu aniversário de 72 anos – pela Coteminas, empresa dirigida por Josué Alencar, filho de José Alencar – "o melhor vice do mundo", segundo Lula – que morreu em 2011 e foi para o ex-presidente exemplo de lealdade em seus dois mandatos.
A enfermeira Priscila Ferreira Silva, 28 anos, afirmou se sentir honrada por estar ali prestigiando a visita. "Num cenário político horroroso e triste vivido pelo Brasil de hoje, mesmo em meio a tanta perseguição, ele é um defensor intransigente dos interesses dos brasileiros. Estamos à mercê de corruptos e ladrões que acabaram de vender nosso pré-sal e estão acabando com nossos direitos", disse. "Precisamos de muitos Lulas para consertar isso, e precisamos deste Lula agora."
A vice-prefeita de Caetité, Jaquele Fraga, 27 anos, viajou do município do sul da Bahia a 400 quilômetros dali e a 640 de Salvador, para agradecer. "Lula mudou o Brasil e mudou a história da minha vida. Sou filha de lavrador e de professora, nascida em zona rural, e só conseguir me formar advogada em razão das políticas de inclusão educacional dos governos petistas", disse. 
Celecina Madureira, professora municipal em Montes Claros, 65 anos, disse que estava ali para dar um abraço pelo 72 anos do ex-presidente e desejar força para que "resista à perseguição implacável que sofre por defender os interesses dos trabalhadores, homens e mulheres, negros, jovens. "O que ele tem feito é admirado no Brasil e no mundo. O povo está acordando, aos poucos, para os motivos do golpe, que nós temos que reverter."
Tem sido essa a razão apontada por sindicalistas para prestigiar e divulgar os objetivos da caravana. Confira os depoimentos presidente da CUT, o bancário Vagner Freitas, a professora Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG, e os metalúrgicos Paulo Cayres, presidente da confederação nacional do ramo (CNM-CUT), e Michelle Marques, diretora do sindicato da categoria no ABC paulista. 
Vagner Freitas
Vagner Freitas, presidente da CUT
“A importância da participação da CUT nesta caravana é por entendermos que uma das alternativas de luta mais importantes que nós temos para não perder nossos direitos, para o Brasil se desenvolver e o mundo do trabalho melhorar é eleger Lula presidente. Tão importante quanto a organização dos sindicatos, as lutas, as greves é eleger Lula. No governo dele os trabalhadores tiveram ganhos inequívocos e é por isso, inclusive, que ele é tão perseguido. Ele tem possibilidade real de vencer a eleição, por isso tentam impugná-lo. E tem dito uma coisa importantíssima, que me faz estar mais presente ainda nesta caravana: se eleito, ele vai fazer um referendo revogatório para anular as atrocidades do desgoverno Temer. Ou seja, vai perguntar ao povo se quer a reforma trabalhista, a emenda do teto de gastos, entre outras medidas sejam revogadas. Participar da caravana é defender os interesses dos trabalhadores. Eleger o Lula faz parte dessa defesa.”
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Bia Cerqueira, presidenta da CUT-MG
“O que aconteceu nesta sexta-feira nos lembra por que sofremos este golpe. É o dia em que estão vendendo, entregando a nossa soberania. Essa luta está presente na caravana. A luta contra a criminalização de nossas lideranças, como o presidente Lula, é essencial para que consigamos interromper esse golpe, retomar a democracia e retomar o Estado brasileiro para a maioria do povo. Porque hoje o Estado está a serviço dos corruptos, da homofobia, do machismo, está a serviço dos interesses de uma pequena elite. Então, essa caravana tem sentido muito amplo de aglutinar forças. Somos nós que mudaremos os rumos da história recente do país, que denunciaremos esse golpe. Por isso a caravana é importante para os mineiros e para o Brasil.”
Paulo Cayres
Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT)
“A caravana tem um simbolismo muito grande, por ir para o Brasil denunciar essas reformas do golpista Temer. Estamos aqui com o povo ao nosso lado. E acabamos de sofrer mais um golpe hoje, com venda de parte do pré-sal para a Shell, uma multinacional americana. Nunca vimos tanta entrega na história deste país. Mas estamos resistindo. E o presidente Lula está deixando claro que em 2018 ele volta para fazer um referendo revogatório. O pré-sal é nossa esperança de investimento em educação e saúde. Por isso, metalúrgicos de todo o país nos somamos a todos os trabalhadores para fazer esta caravana da vitória, para devolver o que é do povo para o povo.”
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Michelle Marques, diretora do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Tinha gente que duvidava, até no ramo metalúrgico, que esse governo golpista ia ser capaz de fazer o que está fazendo com os trabalhadores e com o nosso país. A gente está percorrendo várias cidades de Minas e vê a reação do povo, assustadas com a volta da pobreza. Hoje é um dia muito triste, estão vendendo o pré-sal a preço de banana. E a gente fica indignada que aquela parte da população que foi apoiar o golpe hoje não se manifesta. Parece que não está acontecendo nada. Aqui em Minas tem cidade que sofre com seca há mais de um ano, e o povo entendeu a importâncias das cisternas e das políticas públicas, e está com medo que isso acabe. O povo tem de se revoltar, sorrir e ter esperança. É impressionante o olhar de esperança das pessoas ao ver Lula. Estamos sofrendo várias reformas que afetam os trabalhadores. E só o Lula tem capacidade de fazer o povo enxergar a necessidade de a gente revogar tudo isso. Por isso sou muito grata por estar aqui nessa caravana em nome dos metalúrgicos do ABC. 
Com reportagem de Cláudia Motta, especial para a RBA

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