Adeus, família

carteiraaroeira
No conforto de sua rica cadeira machetada e no “casual wear”  de um paletó sem gravata e um sapato que aparenta ser um cromo alemão, o ex-futuro vice de João Doria, Flavio Rocha, dono da Riachuelo, diz na Folha que porá em prática logo a nova lei trabalhista.
Diz que  tem “muita gente ociosa na segunda-feira, na terça, na quarta”. E que lhe falta “na sexta, no sábado e no domingo”. Portanto, os empregados da empresa já podem ir dando adeus ao passeio com a família, ao convívio com os filhos, com os parentes. Nem nas escalas, com as quais nós, jornalistas já nos incomodamos muito, mesmo que com um sábado e domingo a cada três ou quatro semanas.
Deus sabe como é duro trabalhar todos os finais de semana – e este blogueiro, por conta própria também o sabe – e o quanto isso nos priva do convívio.
Nos feriados, também, esqueçam. “Vamos abrir, vamos abrir”, que o povo está na rua, comprando. Embora, claro, se o pensamento dele se generalizar, o povo não estará nas ruas, estará no trabalho.
O povão, que sai de casa com os filhos pequenos dormindo e chega quase na hora de irem para a cama, nem nos feriados, mais vai poder estar com eles porque, pagando o mesmo valor, é bom pô-lo a trabalhar.
Bobagem, eles não têm nem iate para irem passear em Angra, para que descanso no mesmo dia que os filhos, parentes e amigos?
E é bom, porque eles também podem servir de babá, empregada, motorista, sem que se tenha de fazer este absurdo de lhes gratificar pelo feriado trabalhado.
Filhos, amigos, famílias?  Adeus.

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