O sabão ou a nação?

sabaoeleitoral
Situação curiosa para a nossa hipócrita Justiça Eleitoral.
Está processando Lula (e também Bolsonaro) por realizarem atos públicos que seriam, na interpretação autoritária que se faz da legislação, “propaganda antecipada” para as eleições.
Mas o sr. Luciano Huck aparece, todos os sábados, em rede nacional de televisão, pela Globo, oferecendo carros, casas e dinheiro vivo para a marca de produtos de limpeza que o patrocina.
Porque não se assume candidato está imune aos controles que aos outros se quer impor?
Tecnicamente, Huck, Lula e Bolsonaro estão na mesma situação, porque os dois últimos também não são candidatos, pois não foram escolhidos em convenções partidárias e, aliás, os dois últimos só entrarão em partidos quando os seus atuais “donos” derem todas as garantias de que a convenção será um rito burocrático de homologação do que eles próprios já decidiram e negociaram – dê à palavra negociação a extensão que quiser.
Huck, porém, é o único que pode oferecer casa, carros e felicidade na televisão, e recebendo por isso.
E isso é tolerado pela Justiça Eleitoral, pasme, até a convenção, isto é, até o final de julho, 60 dias antes do primeiro turno eleitoral.
Se é difícil caracterizar ilegalidade, pois ele não é candidato, formalmente, será um contrassenso multar os outros por suas aparições públicas, gratuitas e sem patrocinador.
E, no caso dele, é francamente imoral que articule uma candidatura nestas circunstâncias, oferecendo-se para ser o sabão da nação.
A Justiça Eleitoral, diante disso, não tem autoridade moral para punir ninguém por promover candidaturas, se um dos candidatos aparece em grande promoção, com prêmios de montão.

Postar um comentário

0 Comentários