Acampamento no Pará é atacado mesmo com reintegração de posse marcada

SEM TERRA

Pistoleiros dispararam contra o acampamento Hugo Chávez, que reúne 300 famílias, colocando mulheres, idosos, jovens e crianças na linha de fogo
por Redação RBA publicado 12/12/2017 16h21, última modificação 12/12/2017 16h37
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Fazenda Santa Tereza: trabalhadores reivindicam a destinação da área para fins de reforma agrária
São Paulo – Nesta quarta feira (13) termina o prazo para a desocupação voluntária do acampamento Hugo Chávez, localizando na Fazenda Santa Tereza, em Marabá (PA), onde 300 famílias permanecem acampadas. A ordem de reintegração de posse foi deferida pela Vara Agrária de Marabá, depois do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) ter concluído parecer favorável ao suposto proprietário das terras.
Na segunda-feira (11), três camionetes com pistoleiros dispararam contra o acampamento, colocando mulheres, idosos, jovens e crianças na linha de fogo. A situação de violência e constante ameaça é denunciada há bastante tempo pelos trabalhadores sem-terra.
Eles questionam o processo de compra e venda da fazenda pelo atual proprietário, processo considerado ilegal, pelo que reivindicam a destinação da área para fins de reforma agrária. Além disso, responsabilizam o Iterpa pelo conflito gerado.
Em suas redes sociais, a pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, denunciou a situação, onde ela esteve no último sábado. "As crianças brincaram com minha filha, dançaram, falaram sobre a vontade de seguir estudando. As mulheres falaram sobre seus barracos e tudo o que plantaram e colheram. Agora, antes de dormir, recebi a informação que pistoleiros atacaram a tiros o local mesmo com as famílias já se organizando para cumprir a reintegração de posse marcada para quarta. Providências dos governos federal e estadual são urgentes! Ajudem a denunciar!”, conclamou.
O MST exige que os governos federal e estadual, assim como a Polícia Militar paraense, tomem providências para que outro Eldorado do Carajás não aconteça.

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