Brasília 247 - A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) criticou nesta terça-feira (27) a censura do Ministro da Educação, Mendonça Filho, em relação ao curso “Golpe 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, ofertado pela Universidade de Brasília (UNB). A petista anunciou que nesta quarta-feira (28), às 14h, um conjunto de parlamentares integrantes da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos irá prestar solidariedade à UNB e ao professor Luís Felipe Miguel, do Instituto de Ciências Políticas.
“Esse é o Governo que está se impondo e fazendo com que o Ministro seja réu confesso na construção de um golpe e tente calar uma universidade que quer discutir o golpe de 2016, ou seja, o Ministro expõe as entranhas do golpe, porque só em uma ruptura democrática, o Ministro da Educação teria a coragem de tentar cercear e amordaçar a autonomia universitária”, afirmou a parlamentar, na tribuna da Câmara.
Na quinta-feira (1), a deputada promove, às 10h, um Ato de Repúdio às ameaças do MEC à autonomia universitária e à democracia, no Plenário I, Anexo II, da Câmara Federal. “É momento de lutar pela democracia”, disse a deputada, ao afirmar que o Ato é contra um golpe que veste paletó, veste toga e também veste farda.
Caso saia do papel, o curso na UnB será ministrado pelo cientista político Luis Felipe Miguel. Na semana passada, em seu
Facebook, o estudioso havia dito que se trata "de uma disciplina corriqueira, de interpelação da realidade à luz do conhecimento produzido nas ciências sociais, que não merece o estardalhaço artificialmente criado sobre ela".
"A única coisa que não é corriqueira é a situação atual do Brasil, sobre a qual a disciplina se debruçará. De resto, na academia é como no jornalismo: o discurso da "imparcialidade" é muitas vezes brandido para inibir qualquer interpelação crítica do mundo e para transmitir uma aceitação conservadora da realidade existente", afirmou. "A disciplina que estou oferecendo se alinha com valores claros, em favor da liberdade, da democracia e da justiça social, sem por isso abrir mão do rigor científico ou aderir a qualquer tipo de dogmatismo. É assim que se faz a melhor ciência e que a universidade pode realizar seu compromisso de contribuir para a construção de uma sociedade melhor", complementou.
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