O “risco” Bolsonaro vira quase tragédia anunciada com veto a Lula




taunay
Lamento muito discordar da maioria dos analistas políticos -e, inclusive, do próprio Lula, que acha que a direita repetirá a “dose tucana” dos últimos 20 anos na eleição presidencial.
O tempo passou e a “pedra cantada” do esvaziamento de Jair Bolsonaro não dá sinais de acontecer.
Com isso, Geraldo Alckmin, que já não tem muito jeito, segue estagnado em 8% ou menos, dependendo da pesquisa.
Bolsonaro saiu pela tangente na questão da intervenção federal.
Agora, acredite, escapa da polêmica em torno da execução da vereadora no Rio enaltecendo as virtudes do trabalho infantil – exibindo um vídeo de um menino de 11 anos que ganha dinheiro nos EUA cortando grama – e, pasme, enaltecendo as virtudes antibacterianas do leite de ornitorrinco!
Ele já é o ídolo natural de uma legião de imbecis que está tomada pelo ódio e pelo furor animalesco que a mídia injetou  num “país em que energúmenos defendem todos os dias, às centenas, aos milhares, na internet, em grupos que se autodenominam “opressores”, o assassinato, a eliminação e a tortura” como diz Mauro Santayanna em artigo na Rede Brasil Atual.
Parte da classe média tão incensada pelo PT fascistizou-se e os tais “movimentos identitários” que pretenderam assumir o lugar dos partidos políticos não têm força senão para criar uma barreira frágil e alegórica ao avanço do autoritarismo.
Essa gente está em marcha batida para o poder, sob o beneplácito dos senhores togados, que lhe vão desimpedindo o caminho, retirando da disputa aquele que o poderia barrar e tentar – mesmo sob fogo intenso de uma mídia deformada e de legiões de zumbis fanatizados – restabelecer o convívio civilizado.
Falou-se muito em golpe militar e estamos mesmo é sob o perigo de um regime paramilitar, onde o próprio Exército brasileiro venha a ser submetido a papéis que seu oficialato mais esclarecido não crê que possa ser levado: o de transformação em parceiros da milícia repressiva, como a Wermatch se viu tragada pelas SS, pela Gestapo, pelos Einsatzgruppen.
Em apenas quatro anos, sem um partido político, com a força da mídia e com a covardia e a cumplicidade de um Judiciário que desejava o poder que não tem como alcançar para si mesmo, saímos do caminho da esperança e chegamos aos umbrais do inferno, onde toda ela se abandona.
Um país cuja Justiça criminaliza a luta contra a pobreza acaba sem ter outro caminho senão o de lutar contra os pobres.
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