Sigla pode definir neste domingo,18, candidato ao
governo; Doria é favorito e Alckmin se mantém neutro
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Pedro Venceslau , O Estado de
S.Paulo
18
Março 2018 | 05h00
Depois de apenas dez
dias de campanha, as prévias que definirão o candidato do PSDB ao governo
paulista ocorrem neste domingo, 18, em meio a um cenário de polarização entre o
prefeito João Doria e outros três pré-candidatos que acusam a direção do partido
de favorecê-lo na disputa.
Nesta quinta-feira,
15, o suplente de senador José Aníbal, um dos concorrentes, entrou com uma
liminar pedindo a anulação das prévias. Até a conclusão desta edição, a Justiça
não havia anunciado uma decisão.
No cargo há 15 meses,
Doria vai para a eleição interna sem o apoio declarado do governador Geraldo
Alckmin, que foi decisivo em sua vitória nas prévias de 2016. Desta vez, seu
principal aliado é o vice-prefeito Bruno Covas, que acumula o cargo de
secretário-chefe da Casa Civil da Prefeitura paulistana. Covas ajudou Doria a
atrair outros prefeitos, parlamentares e lideranças tucanas. O prefeito chega
como favorito na disputa.
Apesar da pressão de
aliados de Doria, Alckmin, pré-candidato ao Planalto, não interveio para
apaziguar o partido e ainda encorajou os adversários do prefeito a não desistir
das prévias. A preferência do governador era a articulação de um palanque único
no Estado que teria como candidato seu vice, Márcio França (PSB). A ideia,
porém, sofreu forte resistência interna no PSDB.
Aliados de Aníbal, do
secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e do cientista político
Luiz Felipe d’Ávila diziam neste sábado, 17, ter poucas esperanças de conseguir
votos suficientes para levar as prévias para o segundo turno, que acontecerá no
dia 25 caso nenhum pré-candidato consiga hoje mais de 50% dos votos.
O PSDB tem um colégio
eleitoral de 308 mil eleitores, mas espera a presença de 15 mil a 25 mil
tucanos nas urnas. Segundo o secretário-geral do partido, César Gontijo, serão
impressas 150 mil cédulas.
Os adversários de
Doria reclamam que a distribuição das urnas foi feita em favor do prefeito: são
55 na capital e 71 no interior. Eles também dizem que o processo de prévias foi
açodado e criticam o fato de Doria não ter aceitado debater.
Aníbal, d’Ávila e Pesaro responderam a um
questionário feito pelo Estado com quatro perguntas. Apenas Aníbal evitou se
comprometer em apoiar Doria, caso este vença.
Os três criticaram a
organização da disputa. “Foi um processo açodado, tumultuado e politizado. O
propósito de ser um mecanismo de debate de ideias com a militância e de união
do partido foi esvaziado”, afirmou d’Ávila.
Pesaro classificou
como “confuso e com pouca transparência” o processo interno do PSDB. Aníbal
disse que a votação é “propícia a fraudes”.
Considerado aliado de
Doria, Gontijo rebateu: “Aníbal tem mais intenção de prejudicar Doria do que
fazer campanha”.
Tiroteio. O prefeito de São Paulo não participou do
último debate entre pré- candidatos realizado neste sábado em uma universidade
no centro da capital.
Os três adversários
de Doria defenderam a suspensão das prévias e colocaram o processo sob
suspeição. “Não sou contra o Doria, mas o processo está errado. Vamos ter que
enfrentar uma avalanche de fraudes”, disse Pesaro.
Mais uma vez, as
críticas mais duras ao prefeito partiram de Aníbal. “O propósito de Doria é se
servir da política. Ele é um fator de desagregação no PSDB”, afirmou.
Doria respondeu no
mesmo tom. “O mesmo José Aníbal de hoje, em 2015 esperneou, criticou, entrou na
Justiça e perdeu. José Aníbal é um perdedor contumaz”, disse o prefeito ao
Estado. “Não tenho obrigação de ser gentil com quem é hostil. Perca com
dignidade”, concluiu.
A apuração dos votos das prévias deve começar no
fim da tarde deste domingo.
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