24/05/2018

Simão Pedro:AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS TEM A VER COM DECISÕES DO GOVERNO TEMER PARA BENEFICIAR EUA


Por Simão Pedro 
Greve e caos nos transportes
AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS TEM A VER COM DECISÕES DO GOVERNO TEMER PARA BENEFICIAR EUA
É isso mesmo: as primeiras medidas do governo Temer, após a derrubada de Dilma Roussef, foi reduzir a produção nas refinarias nacionais e suspender as obras de todas as refinarias em construção no País. Tudo isso alinhado com as ações da Operação Lava-jato das suspensões judiciais que ajudaram a inviabilizar essas obras.
Ao mesmo tempo, o Brasil passa a aumentar as importações dos derivados de petróleo, entre eles o óleo diesel, beneficiando principalmente as exportações dos EUA que elevaram de 40% (antes do Impeachment) para 80% a sua participação nas importações brasileiras de derivados de petróleo. Em apenas 4 meses (janeiro a abril de 2018), os EUA venderam R$ 7 bilhões de óleo diesel para o Brasil.
O Brasil, sob Temer, nunca importou tanto óleo diesel. Só nos primeiros 4 meses de 2018, importou U$ 2,39 bilhões, 58% a mais do que fez no mesmo período de 2017 e 235% a mais do que o mesmo período de 2016. Com o aumento dos preços do barril de petróleo, a conta vai ficando cada vez mais cara e elevando todos os custos de produção. Os itens mais pesados hoje, na Balança Comercial brasileira sãos os derivados de petróleo. Em resumo: estamos pagando caro para suprir as indústrias norte-americanas, enquanto sucateamos as nossas!
Os caminhoneiros são vítimas desse processo e a nossa economia também, pois os caminhões são os principais meios de transporte de mercadorias no Brasil. Com a paralização dos transportes, o povo em geral passa a ser vítima dessas decisões dos governantes de plantão. Os caminhoneiros foram usados pela Direita para ajudarem no processo de derrubada do governo Dilma. Eles precisam se conscientizar agora do quanto foram manipulados naquela ocasião e como pagam o pato hoje!
A política conduzida pelo governo Temer é de fazer o Brasil voltar aos tempos da Colônia, quando exportava matéria prima bruta e comprava itens industrializados. É o que está acontecendo agora: vende o petróleo do Pré-Sal em estado cru e importa derivados de petróleo.
Na política não há coincidências: são os políticos tucanos, do PSDB, os que conduzem
esse desastre. Depois do golpe que derrubou Dilma e o PT do governo, o senador José Serra assumiu, na cota do PSDB, o Ministério das Relações Exteriores e conduziu no Congresso a votação que acabou com a Lei da Partilha tirando da Petrobras os 30% de participação na extração e exploração do petróleo do Pré-Sal, beneficiando as petroleiras estrangeiras, principalmente as dos EUA. Ele deixou o posto assim que a votação se concluiu e passou o bastão para o seu colega de Senado Aloysio Nunes. E agora o tucano Pedro Parente, presidente da Petrobras nomeado por Temer e ex-ministro das Minas e Energias e da Casa Civil no governo FHC, é quem conduz essa política de submissão aos interesses econômicos dos EUA.
Não adianta agora, diante do caos que está tomando conta do Brasil - perda de produção, redução de circulação de ônibus e caminhões de coleta de lixo etc - o governo Temer correr e decidir reduzir o preço do diesel na Petrobrás em 10% por 15 dias. Tem que mudar a política da estatal e do governo em relação à diminuição da produção de diesel e outros derivados e ao aumento das importações desses produtos. Se não, vão continuar enxugando gelo e a crise só tende a aumentar!

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