Em entrevista, Ciro se posiciona para ser também o candidato da direita


21 de junho de 2018 às 17h49
Foto Jaélcio Santana/Fotos Públicas
Da Redação
O presidenciável Ciro Gomes, do PDT, escolheu uma entrevista à revista America’s Quarterly para se posicionar claramente como alternativa tanto ao PT quanto a Jair Bolsonaro: um candidato que trafega inclusive pela centro-direita.
Ciro trabalha alianças com partidos conservadores (DEM, SD, PPS e PP, além do PSB), ao mesmo tempo em que ocupa espaço diante do claro naufrágio de Geraldo Alckmin, do PSDB, cuja candidatura sofreu um novo baque hoje com a prisão de um homem do círculo político íntimo do ex-governador paulista.
Na entrevista, Ciro disse que o Brasil “não pode suportar um governo esquerdista” e, por isso, a tarefa dele não é trabalhar pela união da esquerda.
AQ: Provavelmente só haverá espaço para um candidato da esquerda no segundo turno. Será o seu ou um candidato do PT apoiado pelo Lula?
GOMES: Eu penso que Lula vai apoiar um candidato do PT e será um desastre para eles.
AQ: Você tem a capacidade de unir a esquerda?
GOMES: Este não é meu projeto. Meu projeto é de centro-esquerda. Muito claramente. O Brasil não precisa, nem pode suportar um governo esquerdista. O Brasil precisa de um projeto que una os interesses práticos daqueles que produzem e os interesses práticos daqueles que trabalham.
AQ: Você tem sido publicamente crítico de Lula. Por que? O que especificamente ele fez de errado?
GOMES: Lula para mim não é o mito. Lula é um velho amigo de 30 anos, com o qual eu concordo e discordo. Eu acho que o Lula cometeu sérios erros ao longo de sua vida. Por exemplo, o PT, sob direção do Lula, era contra a Assembleia Constituinte. E hoje o PT é contra todas as mudanças em nossa Constituição. Ou seja, defende a Constituição que se negou a assinar. Nós estabilizamos a moeda depois de 20 anos de inflação excessiva e o PT foi contra.
AQ: O Lula teve a oportunidade de fazer mais contra a corrupção durante seu governo?
GOMES: Lula teve todo o poder do mundo para reformar o país. E ele optou por um projeto de poder. E esta foi a tragédia brasileira.
AQ: Como presidente, como seria sua atitude com respeito à Lava Jato?
GOMES: Apoio. Apoio total. O Brasil está tentando estabelecer que a impunidade não pode mais ser a recompensa para o crime dos setores poderosos de nossa elite. Mas ainda estamos muito longe disso.
PS do Viomundo: O plano de Ciro é, claramente, o de repetir as alianças de Lula. É a versão pós Lava Jato da conciliação de classes.
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