Publicado em 22 julho, 2018 11:17 am
A Coluna de Jânio de Freitas na Folha informa
que os problemas com a assistência à saúde superam até a falta de segurança,
entre as preocupações da população demonstradas em algumas das pesquisas
recentes. “A resposta dada a essa constatação pela ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) foi a estapafúrdia e suspeita imposição de maiores gastos
aos pagadores de plano de saúde”. Segundo o jornalista, a resposta à
resposta da agência será em dois tempos. A suspensão do pagamento de 40% nos
atendimentos está feita pelo Supremo, por iniciativa da OAB. E virá, afinal, um
projeto no Congresso para novo sistema de direção em todas as agências —uma
necessidade já cansada de tanto descaso.
De acordo com a coluna, a ANS é o
melhor exemplo do que se passa, com exceções apenas temporárias, nessas
agências criadas para regular determinadas atividades e suas relações com o
público. Encarregar o segurado de pagar 40% nos exames, e em outros
procedimentos, e aumentar 10% em quase um quinto das mensalidades foram
decisões tomadas por uma diretoria com dois lugares vagos, nos cinco exigidos.
E, como complemento, sem presidente há mais de um ano. Assim é, no entanto, a
agência que comanda a desdita dos que pagam 50 milhões de contratos de
seguro-saúde, por forçosa alternativa à desgraça da assistência pública.
O jornalista da Folha diz que os
percentuais da decisão da ANS referem-se aos ônus dos segurados. O ganho daí
resultante para as seguradoras foi poupado de exposição ao povaréu. É, porém,
um assunto cuja evidência compensa as carências numéricas: se as dificuldades
do setor fossem reais, americanos e japoneses não fariam as compras, já realizadas
e a realizar, de seguradoras brasileiras.
E Jânio complementa com uma conclusão
interessante: “os ‘insatisfeitos com o seguro’ têm números assombrosos: apenas
4 em cada 100 escapam da insatisfação, ao que a Associação Paulista de Medicina
apurou em pesquisa. O comentário de um dos três diretores da ANS, Rodrigo
Aguiar, permite entender a origem de tamanha queixa: ‘Não somos um órgão de
defesa do consumidor’. Foi criticado, mas disse a verdade. A ANS age como um
órgão de defesa, não do consumidor, mas das seguradoras de saúde”.
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