Hospital joga no lixo dados sigilosos



Folha de S.Paulo
Um dos maiores hospitais particulares de São Paulo descartou no lixo dados sigilosos de pacientes sem destruí-los antes. Um hospital estadual, também da capital, jogou material hospitalar, que incluía vísceras humanas, no lixo comum.
As duas irregularidades foram descobertas, em março, por funcionários da prefeitura e de empresas que coletam lixo dos hospitais. Ambas em vistorias que não estavam programadas.
Na frente do Hospital São Luiz do Itaim Bibi (zona oeste), fiscais municipais encontraram o material sigiloso, que deveria ter sido inutilizado antes de ser descartado. Os sacos tinham papéis com nomes completos de pacientes, seus planos de saúde e os procedimentos aos quais foram submetidos, como cirurgias.
A reportagem teve acesso a parte desses papéis. Eram contas hospitalares de até R$ 280 mil e pedidos de autorização de cirurgias, internações e exames para os convênios. Este material deveria ter sido destruído para evitar que dados sigilosos sejam encontrados por estranhos, segundo especialistas em bioética.
No Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), a mistura de lixo hospitalar com os resíduos comuns foi constatada por funcionários da Loga, empresa que faz a coleta de lixo na região. Eles acionaram os fiscais do Limpurb (departamento de limpeza).
Em 60 dos 150 sacos de lixo encontrados havia papéis, restos de comida, vísceras, seringas e agulhas. Esse material deve ser descartado separadamente para evitar danos ao meio ambiente e a pessoas, diz a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As duas unidades de saúde foram multadas pelo Limpurb em R$ 1.000 cada uma. Se houver reincidência, podem ser interditadas temporariamente e até terem seus alvarás cassados.

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