Não sou refém do medo, diz Dilma em meio à crise


Folha de S.Paulo
BRASÍLIA -- No momento em que o governo federal está imerso na crise política envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que "não será refém" ou se "imobilizará" por desafios e dificuldades.
A frase fez parte do discurso de lançamento do programa Brasil Sem Miséria, no Palácio do Planalto. Dilma evitou a imprensa no evento.
A poucos metros de Palocci, a presidente disse que ninguém "pode se dar ao luxo de ser refém do medo ou da timidez". "Os desafios não me imobilizam, os desafios não me tornam refém, ao contrário, sempre foram eles que me fizeram avançar na vida, sempre", afirmou ela.
O lançamento do programa foi uma forma de mostrar que o governo não está paralisado com a crise no governo. O evento ocorre na semana em que o governo marcou uma série de eventos na tentativa de transmitir uma "agenda positiva". Hoje Dilma inaugura uma plataforma de petróleo no Rio de Janeiro.
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) também afirmou que a crise envolvendo Palocci não está paralisando o governo.
"A crise para nós tem um peso, uma importância, mas ela é muito relativa. A ordem da presidente é que a gente continue trabalhando", disse Carvalho. Questionado se a situação de Palocci no governo é "delicada", ele respondeu: "Mas continua firme".
Palocci ouviu de Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cabe a ele falar o mais rápido possível sobre seu aumento de patrimônio. A reportagem revelou que o chefe da Casa Civil aumentou seu patrimônio em 20 vezes num período de quatro anos, quando tinha a consultoria Projeto. Palocci negou, por meio de comunicado, irregularidades.

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