Projetos da CET não saem da fase de teste




Fabiano Nunes
Às 19h da última sexta-feira, a cidade de São Paulo estava com 171 km de lentidão no trânsito. Mas o motorista que procurou informações de caminhos alternativos nos painéis eletrônicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ficou a ver navios.
Os 23 equipamentos espalhados nos principais corredores da cidade estão desligados. Eles estão sendo testados desde 2006. Esse é um dos projetos da CET que não funcionam 100%. A Zona Azul Digital, que também em fase de testes desde 2006, já não funciona como foi previsto.
Em abril de 2006 a CET começou a testar os Painéis de Mensagem Variável. A reportagem do Jornal da Tarde percorreu as marginais Tietê e Pinheiros, Avenida dos Bandeirantes e Complexo Viário Maria Maluf. Nenhum dos equipamentos funciona.
“Os painéis foram instalados em pontos estratégicos do trânsito da cidade. Poderiam informar a situação do trânsito naquele trecho e quais as opções de rota alternativa para os motoristas”, afirmou o arquiteto e urbanista Flamínio Fichmann, consultor de engenharia de tráfego.
Ele disse que a CET poderia adotar um sistema usado nas ruas de Paris. “O sistema poderia informar quanto tempo o motorista vai levar para chegar até um determinado ponto se permanecer naquele corredor”, contou.
O caminhoneiro Marcos Gilmartins Costa, de 59 anos, disse que o painel seria primordial para organizar o trânsito. “A sinalização nas marginais já é precária. A finalidade do painel é dar alternativas para os motoristas, infelizmente estão desligados. É dinheiro nosso jogado no lixo.”
No início dos testes a CET informou que os painéis ficariam conectados com a central de operação durante 24 horas. Eles deveriam informar as ocorrências como alagamento, acidentes, além de indicar rotas alternativas. O plano é retomar o serviço em 90 dias.
Já a Zona Azul Digital continua em fase de testes desde 2006, na Praça Charles Miller, na zona oeste. No site da CET, a informação é de que o usuário pode controlar os créditos pelo celular. Mas na prática isso não funciona.
“Bem que eu poderia utilizar o serviço pelo celular, facilitaria o processo. Quando a cabine da Zona Azul não funciona chego a pagar R$ 5 para os flanelinhas. Com o celular eu não ficaria refém desse golpe”, contou o publicitário Celso Volpon, de 41 anos.
Na cabine cada cartão digital é vendido a R$ 3. A única diferença do digital é que o motorista não precisa preencher a folhinha. Sua placa fica registrada no sistema, onde os agentes fazem a consulta por computador.
O site da CET diz que o serviço funciona também no Largo do Arouche, Aeroporto de Congonhas e na Cidade Jardim, porém já foram desativados nessas áreas.
A comunicação por rádio entre agentes de trânsito, extinta em 2006, deve ser retomada em breve. Tecnologias alternativas não surtiram efeito. No período, a CET testou palmtops e celulares.
“A comunicação via rádio agiliza o atendimento. Muitas vezes a ocorrência é passada só para uma viatura. Com os agentes em rede, a equipe mais próxima vai ao local”, disse Alfredo Coletti, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Viário (Sindiviários).

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