Trecho Sul: pedágio pronto, mas falta luz e telefone





CRISTIANE BOMFIM
FABIANO NUNES
A cobrança de pedágio no Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas está prevista para julho. Serão quatro pontos de cobrança. As praças estão praticamente prontas, falta só o acabamento. Mas os serviços prestados pelo Consórcio SPMar, responsável pela administração da rodovia, enfrenta uma série de críticas dos motoristas. Faltam telefones de emergência, sinalização e iluminação. Os usuários também reclamaram da dificuldade em ser atendido pelo 0800 e a ausência de sinal de celular. Nesta terça-feira, um motorista levou três horas para ser atendido pelo guincho.
O Trecho Sul, que tem 61,4 quilômetros de extensão, foi aberto para circulação em abril do ano passado. O contrato de concessão foi assinado no último mês de março. Cerca de 44 mil veículos trafegam diariamente neste trecho. Apesar da proximidade do prazo para ter início a cobrança de pedágio, ainda não há telefones de emergência. O contrato com o governo do Estado dá prazo até março do ano que vem para que os aparelhos estejam instalados.
É comum encontrar caminhões estacionados no acostamento e em áreas de recuo, onde os motoristas param para consertar o veículo, fazer um lanche e até mesmo usar as áreas verdes como “banheiro”. No início da tarde desta terça-feira, o caminhoneiro José Luis Ferreira, de 53 anos, usou o recuo do km 59 para tomar um chimarrão. “Faltam pontos seguros para a gente fazer uma paradinha. Aqui corro o risco de ser assaltado”, contou. No Trecho Sul há dois postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU): nos kms 41 e 68. São equipados com telefones, banheiros e salas de espera. Mas poucos motoristas usam o local. Não há vagas suficientes para veículos e caminhões.
Os trechos preferidos para as paradas são mesmo a beira da estrada. “Tenho que chegar à Rodovia dos Imigrantes se quiser fazer uma parada com segurança”, reclamou o caminhoneiro Valdemar Barbosa, de 55 anos. Segundo a concessionária, o Rodoanel é uma rodovia “classe zero”, ou seja, não é permitido nenhum tipo de construção ao longo da via, como postos de combustível. Por isso, não há previsão de instalação do serviço.
A falta de sinalização também é criticada. O médico Gentil Ricardo Nicodemos Teixeira, de 46 anos, precisou parar em um SAU para pedir informações sobre a saída para a Régis Bittencourt. “Estou indo para Itapecerica da Serra e senti falta das placas verdes que indicam quantos quilômetros faltam para o destino.” A iluminação também é um ponto fraco. Há postes apenas em cinco trechos da via, num total de seis quilômetros. A concessionária alega que a iluminação só é obrigatória em trevos, pontes e entroncamentos.
O 0800 também apresentou falhas. Nesta terça-feira, o JT teve de ligar sete vezes para ser atendido. Em quatro, o telefone só dava ocupado e em duas ninguém atendeu. Só na sétima atenderam. A assessoria da SPMar diz que só duas ligações da redação foram registrada no sistema

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