Com falta de leitos no Pronto-Socorro, Santa Casa deixa de receber pacientes graves socorridos pelas equipes do Samu



Carla Campos
Agência BOM DIA
Desde às 7h da manhã de sábado (02) as equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) não conseguem vagas para os atendimento  de maior gravidade na Santa Casa de Sorocaba. A informação que as equipes recebem é que faltam leitos no hospital. Sábado (02), por volta das 15h, uma equipe do Samu procurou a delegacia de polícia para registrar um boletim de ocorrência e formalizar a situação.
Desde o início da manhã, até o horário do B.O, o Samu atendeu mais de 20 ocorrências pela cidade. Uma deles, de maior gravidade, foi de um homem com insuficiência respiratória, que precisou ser entubado. Ele deveria estar na Santa Casa, relata a equipe, mas precisou ser atendido na Unidade Pré-Hospitalar da zona norte, onde sua permanência já ultrapassava mais de 12 horas. “Esta unidade possui recursos temporários. Não é lugar de internação”, relata um dos membros da equipe à delegada Darly  Kluppel.
Pacientes que sofreram infarto ou grave acidente com risco de morte, por exemplo, são removidas pelo Samu e encaminhada para a Santa Casa, que é o hospital de referência. Os casos de menor gravidade puderam ser atendidos nas Unidades Pré-Hospitalar da zona norte ou oeste. Sábado  o  Samu conseguiu desviar o atendimento de  um dos casos urgentes para o Hospital Regional. “Já nos colocamos à disposição para levar as pessoas para qualquer hospital onde tenha vaga na região”, avisa a equipe.
   Sábado (02), mais de 30 ocorrências
Os casos de maior gravidade foram para as UPHs mas  nenhum  deles  necessitou de remoção
No plantão policial, a equipe do Samu demonstrava preocupação com o encaminhamento dos pacientes e o surgimento de novos casos de maior gravidade. Até o momento da elaboração do  B.O., por volta das 15h, a informação obtida pela própria equipe de plantão era de que ninguém havia acionado a Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde).
O objetivo da Cross é apontar onde há vagas em hospitais da rede pública, funcionando como uma ferramenta de gestão da Secretaria de Estado da Saúde. “Já passamos por situação de falta de vagas. Mas nunca demorou tanto para que as providências fossem tomadas”, aponta a equipe.
Esta também não é a primeira vez que os profissionais do Samu ficam em situação conflitante com a Santa Casa. No dia 4 de junho, um outro B.O.  foi registrado como omissão de socorro. Dentro do hospital, apontam membros do Samu, um médico se recusou a atender o paciente recém-chegado  e ele  acabou morrendo. 
De acordo com a Secretaria de Saúde, a falta de vagas na Santa Casa fez com que os pacientes de maior gravidade fossem encaminhados às unidades pré-hospitalares. Elas são equipadas para funcionar como um leito de UTI, possuindo respirador, bomba de infusão e monitor cardíaco. As condições são suficientes para  estabilizar  o estado do paciente.
Sábado (02) foram atendidas 30 ocorrências ao todo. Ninguém precisou ser removido para vagas em hospitais de outras cidades. O contato com o Cross ficou a cargo das UPHs, após avaliar a gravidade e  necessidade de remoção.
Atendimento  do Samu é de 24 horas
O Samu atende pelo telefone 192 e funciona 24 horas para atender os casos de urgência  e emergência médica. O Samu-192 possui oito viaturas, sendo duas Unidades de Suporte Avançado (USA) e seis Unidades de Suporte Básico (USB).
Equipes
São seis Unidades Básicas (com auxiliar de enfermagem e um condutor/socorrista) e duas Unidades de Suporte Avançado (com médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e condutor/socorrista.

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