Fim da marginal Pinheiros lidera em furtos de veículos


Extremo sul da via, onde há shopping, templo e clube, teve 47 casos este ano


Análise realizada pela Folha em boletins de ocorrência revela ainda grande número de casos em ruas com hospitaisANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
O extremo sul da marginal Pinheiros e outras três avenidas ao seu redor, na região do bairro do Campo Grande, é o ponto da cidade de São Paulo onde os ladrões mais furtam veículos atualmente.
É o que revela análise inédita feita pela Folha em 14,8 mil boletins de ocorrência de roubos e furtos de veículos registrados na capital neste ano.
Ao todo, 47 veículos sumiram no fim da marginal Pinheiros e avenidas Octalles Marcondes Ferreira, Engenheiro Eusébio Stevaux e Engenheiro Alberto de Zagottis.
Nessa área ficam, entre outros, o shopping SP Market, o parque infantil "O Mundo da Xuxa", uma unidade do Senac, o São Paulo Golf Club e o templo onde o padre Marcelo Rossi celebra missas.
Uma das características que favorecem os furtos de veículos no extremo sul da marginal Pinheiros hoje é a existência de bolsões de estacionamento na via, que são abertos e não contam com nenhum tipo de vigilância.
Segundo Rogério Martins, 39, frentista de um posto na marginal Pinheiros, próximo ao SP Market, furtos de veículos são parte do cotidiano de quem frequenta a região.
"Dia sim, dia não, tem furto por aqui. De vez em quando, os seguranças das empresas conseguem pegar o ladrão, dão uns sopapos neles e o caso nem é registrado."
RUAS DE HOSPITAIS
O rastreamento dos furtos de veículos também revela que a rua Santa Marcelina, em Itaquera, na zona leste da capital -onde fica o Hospital Santa Marcelina-, é uma das mais perigosas para se estacionar carros e motos.
A Santa Marcelina tem apenas 1 km de extensão, mas teve 21 furtos de veículos no período analisado pela Folha.
Na área central de São Paulo, a rua Maestro Cardim, onde fica o Hospital Beneficência Portuguesa e perto do Hospital Paulistano, é a mais visada por ladrões de veículos. Foram 14 casos. A alameda Jaú, nos Jardins, teve oito.
"Não há muitos estacionamentos na região, e as ruas ficam cheias de carro. Clientes do shoppings e pacientes de clínicas e do hospital [Beneficência] costumam deixar os carros nas ruas. Nem os flanelinhas dão conta de tanto veículo e os ladrões fazem a festa", afirma o microempresário Alfredo Ferreira, 40, morador da Maestro Cardim.
Com 429 ocorrências, a tarde de terça-feira foi o período com mais furtos de veículos registrados na capital.
Colaboraram AFONSO BENITES, ANDRÉ MONTEIRO E ADRIANO BRITO

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